Jornal Estado de Minas

Frente Polisário afirma que mobiliza "milhares de voluntários" no Saara Ocidental

Um dirigente da Frente Polisário, um movimento independentistasaharaui, disse neste domingo (15) que está mobilizando "milhares de voluntários" para se juntarem às forças armadas saharauis, em reação às fortes tensões com o Marrocos na fronteira com a Mauritânia.





"Milhares de voluntários, entre os que concluíram a sua formação, estão chegando às regiões militares", declarou Mohamed Salem Ould Salek, chefe da diplomacia da República Árabe Saharaui Democrática (RASD), à AFP.

Em 1976, a RASD foi proclamada pelos independentistas da Frente Polisario.

"Centenas de outras pessoas aumentam as filas das escolas militares", acrescentou Ould Salek.

Este oficial comentou sobre "combates que continuam a aumentar" ao longo do muro de defesa marroquino que divide o Saara Ocidental.

No entanto, não forneceu detalhes e não foi possível verificar essas alegações por fontes independentes.

O Marrocos lançou uma operação militar na zona tampão de Guergerat na última sexta-feira para reabrir a estrada que leva à vizinha Mauritânia, após um bloqueio de três semanas.

O tráfego foi reaberto no sábado.

Em reação, a Frente Polisario decretou "um estado de guerra" e o fim do cessar-fogo assinado em 1991 sob os auspícios da ONU.





Os independentistas saharauis indicam "ataques" - sem dar detalhes - ao longo do muro de defesa marroquino de 2.700 quilômetros que separa o Saara Ocidental.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, conversou por telefone neste domingo com seus homólogos marroquinos, Naser Burtia, e argelino, Sabri Bukadum.

Borrell ressaltou "a importância primordial de vigiar o respeito aos acordos de cessar-fogo", segundo informou um comunicado, no qual foi indicado que o ministro das Relações Exteriores marroquino garantiu a vontade do seu país de respeitar os acordos de paz.

O chefe da diplomacia europeia acrescentou esperar uma "retomada rápida" das negociações entre as autoridades marroquinas e saharauis que estão paralisadas desde março de 2019.

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