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Estado de Minas

Merino nomeia conservador como novo primeiro-ministro no Peru


11/11/2020 17:01

O novo presidente peruano, Manuel Merino, nomeou Antero Flores Aráoz como primeiro-ministro nesta quarta-feira, um político conservador de longa data que em 2009 foi membro de um gabinete que renunciou após a morte de 34 indígenas e policiais durante a repressão a um protesto.

"Aceitamos o desafio de assumir a presidência do Conselho de Ministros. Apelo à unidade nacional. Vamos cumprir o calendário eleitoral, reativar a economia e dar tranquilidade aos cidadãos face à pandemia", anunciou Flores Aráoz em sua conta do Twitter.

A tarefa que seu gabinete enfrentará se concentrará na "segurança cidadã, a pandemia, a economia e as eleições", disse o novo funcionário em declarações à imprensa.

Merino, que assumiu o cargo na terça-feira após o Congresso destituir Martín Vizcarra da presidência por "incapacidade moral", prestou juramento como primeiro-ministro em cerimônia realizada no palácio do governo, transmitida pela televisão estatal.

O gabinete ministerial que ele chefia será nomeado nas próximas horas e será empossado na quinta-feira.

A nomeação de Flores Aráoz, advogado de 78 anos, marca o retorno ao primeiro plano desse político social-cristão e identificado com a ala dura do conservadorismo peruano.

O primeiro-ministro indicou que o momento atual exige a prática da 'realpolitik' e a busca de um equilíbrio entre as pressões populistas do Congresso e a realidade do país.

A nomeação de Flores Aráoz "dará governança e confiança a todos aqueles que temiam que se tratasse de um governo parlamentar. Sua nomeação exclui a imposição do populismo das bancadas", disse à AFP o analista político Fernando Rospigliosi.

"Sua carreira como político o posiciona mais ao extremo conservador", disse o deputado Francisco Sagasti, do partido Morado, um grupo centrista.

Flores Aráoz foi candidato à presidência em 2016 pelo partido Orden, em uma eleição em que foi o último entre 10 candidatos com 0,43% dos votos.

Entre 2007 e 2009 colaborou com o governo de Alan García (2006-2011), como Embaixador do Peru junto à OEA e posteriormente como Ministro da Defesa. Entre 1990 e 2006 foi deputado e presidiu ao Congresso em 2004.

Em julho de 2009, como chefe da Defesa, ingressou no gabinete que renunciou arrastado pelo escândalo que provocou a violenta repressão a um protesto indígena que deixou 34 mortos: 24 policiais e 10 indígenas amazônicos.

Em sua carreira, ele conquistou a reputação de ser duro por questionar os julgamentos dos militares por violações dos direitos humanos durante a guerra do Sendero Luminoso contra o terrorismo (1980-2000).

Como ministro da Defesa, ele rejeitou uma doação do governo da chanceler alemã Angela Merkel para construir um museu de memória sobre os anos de terror que o Peru viveu.


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