Um canadense ligado ao movimento misógino "Incel", acusado de matar 10 pessoas ao jogar uma van contra pedestres em Toronto, alegou "não ser criminalmente responsável" devido a uma doença mental. A declaração foi realizada no início de seu julgamento nesta terça-feira (10).
Alek Minassian enfrenta 10 acusações de homicídio premeditado e 16 de tentativa de homicídio após o ataque de abril de 2018 na maior cidade do Canadá. O atentado deixou oito mulheres e dois homens mortos, com idades entre 22 e 94 anos, e outros gravemente feridos.
"Eu me declaro não responsável criminalmente em todas as acusações", disse ele ao Tribunal Superior de Ontário.
Devido às restrições impostas pela pandemia, o julgamento está sendo realizado por videoconferência. O homem de 28 anos apareceu virtualmente da prisão onde se encontra desde a sua detenção no dia do ataque.
Cathy Riddell, 67, que foi atingida por trás pela van e arremessada a 4,5 metros, contou aos jornalistas ao entrar no tribunal que estava se "sentindo nervosa, mas otimista".
Ela disse que não ouviu o veículo chegando nem se lembra de ter sido atropelada.
Os parentes das vítimas lamentam que Minassian não possa vê-los, ao contrário dos julgamentos tradicionais em que poderiam ficar frente a frente com o acusado.
"Quero que ele veja a dor em seus rostos enquanto eles se sentam no tribunal olhando para ele", afirmou Elwood Delaney, que perdeu a avó no atentado, à emissora pública CBC.
O julgamento deve durar quatro semanas e será ouvido por um juiz, sem júri.
Como ele já admitiu que planejou e executou o ataque, o julgamento será focado no estado mental de Minassian e em sua responsabilidade no momento do ataque, e não se ele foi o autor.
Sua mãe afirma que ele sofre de síndrome de Asperger, uma forma de autismo que inclui interações sociais ou comunicação comprometidas.