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Estado de Minas

Países ricos descumprem promessas climáticas, afirma OCDE


06/11/2020 09:55

O financiamento para apoiar os países em desenvolvimento diante das ameaças das mudanças climáticas atingiu cerca de US$ 79,9 bilhões de dólares em 2018, montante que fica aquém das promessas feitas pelos países ricos - disse a OCDE nesta sexta-feira (6).

Em 2009, os países ricos se comprometeram em 2009 a aumentar sua assistência aos países do Sul para US$ 100 bilhões por ano até 2020 para se adaptarem aos impactos do aquecimento global e reduzirem suas emissões de gases causadores do efeito estufa.

Essa promessa é objeto recorrente da indignação dos países pobres, primeiras vítimas dos impactos das mudanças climáticas. Eles denunciam a falta de solidariedade dos Estados ricos, principais responsáveis por esse fenômeno que ameaça o futuro do planeta.

De acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), essa ajuda chegou a US$ 78,9 bilhões em 2018. Isso representa um aumento de 11% em relação a 2017, mas a taxa de aumento caiu em relação ao ano anterior (+22 %).

Mais de dois terços (70%) dos fundos foram alocados para ações de redução de emissões, e apenas 21%, para adaptação. O restante combinou os dois objetivos.

Em termos de distribuição geográfica, a Ásia foi o principal beneficiário (43%), seguida da África (25%) e das Américas (17%).

Esses números são questionados anualmente por ONGs que argumentam que alguns fundos não podem ser considerados como destinados ao combate às mudanças climáticas.

Nesse sentido, a Oxfam estimou em US$ 59,5 bilhões em média para 2017 e 2018 os financiamentos públicos climáticos Note-Sul. Deste montante, apenas um terço (entre US$ 19 e US$ 22,5 bilhões) teria sido uma verdadeira ajuda ao combate às mudanças climáticas.

Em um relatório publicado em outubro, a ONG denunciou que, por exemplo, projetos de desenvolvimento são contabilizados desta forma, como é o caso da construção de um edifício pelo fato de conter painéis solares.

Também lamentou que haja muitos empréstimos em comparação com ajudas diretas e que pouco dinheiro seja gasto em adaptação nos países mais vulneráveis, como os Estados insulares.

"O financiamento climático é uma segurança vital para as comunidades que enfrentam ondas de calor recordes, tempestades terríveis e inundações devastadoras", disse Tracy Carty, uma das autoras do relatório da Oxfam.

"Embora os governos estejam focados no combate à covid-19, eles não devem perder de vista a crescente ameaça da crise climática", ressaltou.

Mesmo que a promessa de US$ 100 bilhões por ano seja honrada, seria insuficiente, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que em 2016 estimou as necessidades dos países pobres de se adaptarem ao aquecimento entre US$ 140 bilhões e US$ 300 bilhões anuais até 2030.


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