O Congresso peruano debatia nesta segunda-feira (2) uma nova moção para destituir o presidente Martín Vizcarra por suposta "incapacidade moral".
Vizcarra, que assumiu o poder em março de 2018 após a demissão de Pedro Pablo Kuczynski, é acusado de supostos atos de corrupção em 2014, quando era governador da região de Moquegua, ao sul do Peru.
Vários empresários afirmam ter pago propina a Vizcarra em troca de contratos de obras públicas em Moquegua.
A moção de vacância foi apresentada em 20 de outubro pelo partido União pelo Peru (UPP), sob a causa de permanente incapacidade moral.
"Não há uma prova das acusações. Um processo de vacância desestabiliza o país. Estou certo de que o Congresso não vai cair no jogo de um grupo político que busca o caos", disse Vizcarra à imprensa.
"É um pouco anedótico porque estão se acostumando a fazer uma vacância por mês, não no Parlamento em seu conjunto, mas um grupo político", acrescentou.
Para que a moção de vacância seja admitida em debate são exigidos 52 dos 130 votos do plenário do Congresso.
Uma vez superada esta fase, o Congresso precisa de dois terço dos votos, ou seja, 87 congressistas a favor da moção, para retirar o presidente do cargo.
Vizcarra superou em 18 de setembro uma moção de destituição no Congresso, acusado de mentir a duas assessoras em uma investigação sobre contratos de um cantor. O Congresso não reuniu os votos suficientes para tirá-lo do poder.
A corrupção é um dos grandes males no Peru, onde quatro presidentes foram atingidos pelo escândalo de propinas e pagamentos ilegais a campanhas por parte da empreiteira brasileira Odebrecht.