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Estado de Minas

Congresso dos EUA denuncia 'incompetência' na separação de famílias de migrantes


29/10/2020 18:07

Uma investigação da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos examinou o plano do governo de Donald Trump de separar as famílias de migrantes, denunciando que essa política durou mais do que se pensava e foi marcada pela "incompetência irresponsável" e "crueldade" das autoridades.

O Comitê Judiciário da Câmara baixa, comandada pelos democratas, divulgou um relatório nesta quinta-feira (29) intitulado "A política de separação de famílias do governo Trump: trauma, destruição e caos".

A investigação, que levou 21 meses, revelou que a política de "tolerância zero" com o objetivo de dissuadir as famílias que chegam à fronteira com o México durou mais do que se acreditava antes e começou em 2017.

"Pior ainda, as autoridades governamentais sabiam que a administração não era capaz de rastrear membros de famílias separadas e foram em frente mesmo assim. Como resultado, os esforços para reunir crianças separadas continuam até hoje", disseram os especialistas da comissão.

Em 2019, a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), uma influente organização de direitos civis, estimou que mais de 5 mil crianças foram afastadas de seus pais. Em plena campanha eleitoral, a entidade revelou este mês que 545 crianças migrantes seguem separadas de suas famílias.

A questão acertou em cheio a campanha e, na semana passada, durante o último debate entre Trump e o candidato democrata Joe Biden, o ex-vice-presidente chamou a política de "criminosa".

O relatório legislativo observa que em março de 2017 houve um "aumento significativo" na porcentagem de crianças separadas de seus pais. Em comparação com os números de novembro de 2016, antes da posse de Trump, houve um aumento de 900%.

Depois, entre julho e novembro daquele ano, as autoridades iniciaram um programa "piloto" em El Paso, Texas, que envolveu a separação de cerca de 281 famílias em quatro meses.

Uma das revelações do relatório é que, por vários meses, a prática foi mantida em segredo para a agência que cuidava das crianças.

Então, em abril de 2018, o procurador-geral Jeff Sessions anunciou que a implementação formal da política de "tolerância zero" seria mantida em vigor por alguns meses, até que uma onda de indignação a nível nacional e mundial forçou o governo Trump a suspender a política.

"Apesar de saber que centenas de crianças se perderiam de suas famílias para sempre, o governo escolheu expandir o programa", denunciaram os autores do relatório.

No documento, os parlamentares apontaram que, devido à incoerência das diretrizes, o processo de separação muitas vezes foi "mais caótico e cruel" do que o necessário. Em alguns casos, os pais não puderam nem se despedir de seus filhos.


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