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Estado de Minas

Kim Klacik quer encarnar 'nova geração negra' pró-Trump


29/10/2020 12:25

Jovem, negra e republicana, Kim Klacik quer representar a "nova geração" de eleitores de Donald Trump e, se conseguir ganhar uma cadeira no Congresso na terça-feira, sua vitória será altamente simbólica.

Indicada para representar Baltimore, Maryland, aspira à cadeira da Câmara dos Representantes detida por anos pelo falecido Elijah Cummings; uma figura emblemática do Partido Democrata.

Klacik arrecadou 6,4 milhões de dólares para sua campanha em três meses; uma quantia extraordinária que reflete sua popularidade relativamente recente.

Em meados de 2019, ela postou vídeos no Twitter mostrando ruas dilapidadas e lixo acumulado no centro daquela cidade portuária do nordeste dos Estados Unidos. Em seus discursos, acusou o município - que há meio século está nas mãos dos democratas - de ter abandonado a população negra que predomina em Baltimore.

Ela foi rapidamente cumprimentada pelo presidente republicano Donald Trump, candidato a um segundo mandato e que descreveu Baltimore como "um bazar infestado de ratos".

A popularidade de Klacik explodiu nas redes sociais e, um ano depois, ela foi chamada para falar na convenção do Partido Republicano.

Nativa de Maryland, 38 anos, e consultora política, ela se estabeleceu no condado de Baltimore em 2010 antes de fundar a "Potential Me", uma organização que ajuda mulheres em uma cidade atormentada por drogas, violência e problemas sociais.

Sua entrada no Congresso, entretanto, parece bastante difícil. Seu eleitorado faz parte de um feudo democrata, e Trump tem apenas 11% de apoio no eleitorado negro contra 38,3% do candidato presidencial democrata Joe Biden, de acordo com uma recente pesquisa nacional da Universidade Quinnipiac.

Sua juventude a favorece na batalha contra o favorito democrata Kweisi Mfume, de 71 anos, que já a derrotou em abril na eleição para suceder Elijah Cumming.

"É hora de a nova geração avançar. Precisamos de novas ideias", disse em meados de setembro.

- "Mudança de tendência" -

Diante de cerca de 200 pessoas, ela denuncia que Baltimore sofre com uma "infraestrutura dilapidada" e casas destruídas, e promete um boom econômico.

Enfatiza especialmente o sistema escolar público, o crime e a violência que fizeram de Baltimore uma das cidades mais perigosas do país, com 300 mortes por ano.

Para chegar ao Congresso, terá que obter o voto dos afro-americanos que tradicionalmente votam nos democratas.

"Eu era um democrata na minha juventude porque meus pais eram e eles filtravam informações para mim. Isso é o que acontece em muitas famílias afro-americanas", disse à AFP.

Como adulta "percebi que tinha valores mais conservadores. As famílias negras cresceram com a Igreja e nós somos conservadores", afirma.

Na sua opinião, "muitos afro-americanos têm medo de admitir que apoiam Donald Trump". Mas ela prevê "uma grande mudança de tendência" porque o presidente "faz bem à economia e os negros sabem disso".

Como Trump, Klacik apoia a construção de um muro na fronteira com o México para conter a imigração e se opõe à redução do orçamento da polícia.

Ela é progressista na defesa da venda gratuita de pílulas anticoncepcionais nas farmácias, mas é contra o aborto e quer privar os programas de planejamento familiar de financiamento.

Também estima que os latinos apoiarão Trump, apesar de seus comentários racistas sobre "estupradores" mexicanos em 2016 ou de seus alertas sobre uma "invasão" de imigrantes clandestinos.

"As pessoas querem lei e ordem. Querem empregos e oportunidades de emprego", argumenta.


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