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Estado de Minas

Três mortos e vários feridos em ataque com faca na cidade francesa de Nice


29/10/2020 08:43

Três pessoas morreram, ao menos uma delas degolada, e várias ficaram feridas nesta quinta-feira em um ataque com uma faca em uma igreja no centro da cidade de Nice, na região sudeste da França, país que foi cenário da decapitação de um professor por um islamita há duas semanas.

O agressor, com idade por volta de 30 anos, ferido durante a intervenção da polícia, foi levado para o hospital. Ele invadiu às 9H00 locais (5H00 de Brasília), armado com uma faca, a basílica Notre-Dame, no coração desta cidade da Riviera Francesa de pouco mais de 500.000 habitantes, que há quatro anos foi cenário de um atentado que deixou 86 vítimas fatais.

Duas vítimas são um homem e uma mulher que foram assassinados dentro da basílica. A terceira vítima, gravemente ferida, conseguiu fugir para um bar próximo, mas não resistiu e faleceu pouco depois, informaram fontes policiais.

A unidade antiterrorista do Ministério Público francês abriu uma investigação após o ataque por "assassinato e tentativa de assassinato vinculado a uma ação terrorista" e "conspiração criminal terrorista".

O ataque aconteceu menos de duas semanas depois do assassinato por decapitação do professor Samuel Paty em Conflans-Sainte-Honorine, uma pequena localidade de 35.000 habitantes a 50 quilômetros de Paris, por ter exibido charges do profeta Maomé durante uma aula.

Daniel Conilh, um garçom de um café próximo, contou à AFP como foram os minutos posteriores ao ataque.

"Eu estava aqui, estava servindo", disse o garçom do Grand Café de Lyon, que fica a 50 metros da basílica.

"Todos saímos correndo, ouvimos tiros. Uma senhora veio diretamente da igreja e disse 'corram, alguém atacou, vão acontecer tiros, há pessoas mortas'".

"Por volta de 9H10, vários carros, inclunido os dos bombeiros, isolaram a área e ouvimos muitos tiros", disse Conilh.

- 'Já basta' -

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou no Twitter uma "reunião de crise" com a participação do presidente Emmanuel Macron. Ele viajará a Nice durante a tarde.

Muitos policiais e socorristas foram enviados para as imediações da igreja. "A situação está sob controle", afirmou um agente. Toda a área foi isolada.

O prefeito de Nice, Christian Estrosi, que seguiu de maneira imediata para o local do ataque, disse que a França deve atuar para "eliminar o islamofascismo" e pediu que todas as igrejas da cidade sejam colocadas sob vigilância policial ou fechadas.

"Já basta", completou.

De acordo com Estrosi, o agressor gritou diversas vezes "Allah Akbar" (Deus é grande).

A Conferência dos Bispos da França (CEF) chamou o ataque de "inclassificável" e afirmou que os "cristãos não devem se tornar um símbolo a destruir".

"Posso apenas condenar energicamente a covardia deste ato contra pessoas inocentes", disse Abdallah Zekri, delegado geral do Conselho Francês da Fé Musçlmana (CFCM).

Os deputados franceses, que debatiam um novo confinamento nacional decidido na véspera e que entrará em vigor nesta quinta-feira à meia-noite, respeitaram um minuto de silêncio quando foram informados sobre o ataque.

O primeiro-ministro, Jean Castex, que estava presente na Assembleia Nacional, abandonou o Parlamento ao receber a notícia.

"Toda minha solidariedade à França e aos franceses. Meus pensamentos estão com as vítimas do ataque abominável de Nice e suas famílias. Toda a Europa está com vocês", escreveu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

A chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte também expressaram solidariedade aos franceses.

Nice foi cenário em 14 de julho de 2016 de um ataque que deixou 86 mortos, quando um homem avançou deliberadamente com um caminhão contra uma multidão que celebrava o Dia da Bastilha, a Festa Nacional francesa.

A França sofre com atentados terroristas de alto impacto desde 2015, quando um ataque extremista em 7 de janeiro contra o semanário satírico Charlie Hebdo deixou 12 mortos. No dia 13 de novembro do mesmo ano, um comando jihadista executou ataques coordenados em Paris que mataram 130 pessoas.

O julgamento pelo violento atentado contra o Charlie Hebdo, no qual morreram alguns dos chargistas mais famosos da França, está em curso atualmente em Paris.

Coincidindo com a abertura do julgamento, a revista voltou a publicar as caricaturas de Maomé que a transformaram em alvo dos jihadistas, o que provocou críticas no mundo muçulmano.


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