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Estado de Minas

França decreta novo 'lockdown' a partir de sexta para conter a covid-19


28/10/2020 19:01

A França, fortemente atingida pela segunda onda do novo coronavírus, decretou um novo confinamento nacional de pelo menos um mês, porém diferentemente do confinamento de dois meses, imposto entre março e maio, já que as escolas, fábricas e serviços públicos continuarão abertos.

"O vírus circula na França a uma velocidade que nem sequer os prognósticos mais pessimistas tinham previsto", disse o presidente francês Emmanuel Macron, em discurso transmitido pela televisão, no qual lamentou a morte de 527 pessoas pela doença na última terça-feira.

A segunda onda "sem dúvida será mais difícil e mortal do que a primeira", que deixou 30.000 mortos, acrescentou o presidente, em tom sério.

A partir da quinta-feira à meia-noite e ao menos até 1 de dezembro, os franceses "poderão sair de casa apenas para ir ao trabalho, ao médico, para ajudar um parente, fazer compras essenciais ou sair brevemente para tomar ar", detalhou o chefe de estado.

Serão exigidas declarações por escrito que justifiquem a saída, acrescentou, sugerindo que voltarão a ser impostas multas aos infratores.

Os bares, restaurantes, museus e negócios não essenciais terão que fechar suas portas.

As fábricas e as instalações agrícolas poderão continuar funcionando e os serviços públicos permanecerão abertos para limitar a paralisação econômica.

"A economia não deve parar nem afundar", ressaltou o presidente francês.

Cada mês de confinamento custa à economia francesa entre 2 e 2,5 pontos percentuais no PIB, segundo dados do Ministério de Contas Públicas.

- 'Devemos agir agora' -

O governo francês impôs um toque de recolher noturno há duas semanas que forçou dois terços da população a ficar em casa entre as 21h e as 6h locais (17h e 2h de Brasília), mas essa medida, admitiu Macron, "não foi o suficiente".

Desde agosto o país observa um grande aumento no número de casos. No site oficial do governo, nesta quarta-feira as autoridades anunciaram 244 mortes nos hospitais nas últimas 24 horas, o que aumenta o balanço para 35.785 vítimas na França desde o início da pandemia.

Com mais de 3.000 pacientes em terapia intensiva, ou seja, mais da metade dos leitos disponíveis ocupados, as autoridades temem acima de tudo a superlotação dessas unidades.

"Se não agirmos agora, a França corre o risco de sofrer ao menos 400.000 mortes adicionais" em alguns meses, alertou Macron.

Embora rumores de um novo confinamento tenham circulado desde ontem, o anúncio caiu como um balde de água fria para muitos franceses.

"Quero chorar. Estou chocada (...). Eles deveriam ter feito isso antes, em vez de tomar medidas mornas", afirmou à AFP Morgane Lutgen, uma francesa de 30 anos que ouviu o discurso do presidente em um bar de um bairro movimentado de Paris.

"O futuro já estava obscuro e está escurecendo novamente. Mas não temos escolha. Espero que desta vez realmente funcione", acrescentou Grégoire Marcotte, um garçom de 28 anos.

Diante do pesadelo de um segundo confinamento, muitos parisienses saíram às ruas para fugir da cidade.

Às 17 horas, havia 335 quilômetros de engarrafamentos na região de Paris, o dobro do normal.

Da mesma forma, o nervosismo afundou a bolsa de Paris, que fechou com queda de 3,4% na quarta-feira.

- Objetivo: salvar o Natal -

Para reduzir as perdas econômicas, o governo concederá às pequenas empresas obrigadas a suspender suas atividades um auxílio de até 10.000 euros por mês (US$ 11.700).

Embora as viagens entre regiões sejam proibidas, as fronteiras europeias permanecerão abertas, mas todas as pessoas que desejarem entrar na França terão que passar por "testes rápidos" ao entrar em aeroportos e portos.

"Nenhum viajante deve poder entrar no território europeu sem ter a certeza de que não é portador do vírus", explicou, acrescentando que "salvo algumas exceções, as fronteiras externas continuarão fechadas".

"Se em duas semanas tivermos a situação sob melhor controle, poderemos reavaliar as coisas e esperamos abrir alguns negócios, em particular para as festas de Natal", disse.

"Espero que possamos comemorar o Natal e o Ano Novo com a família", acrescentou.


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