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Estado de Minas

Nove mortos e um chefe opositor detido em distúrbios na Tanzânia antes das eleições


27/10/2020 10:55

A oposição no arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia, anunciou nesta terça-feira (27) a prisão de seu chefe e acusou a polícia de ter matado nove pessoas a tiros, em distúrbios às vésperas das eleições gerais da Tanzânia.

As forças de segurança e os membros da comissão eleitoral começaram a votar antecipadamente nesta terça, um dia antes das eleições para eleger presidente e deputados.

Além disso, os eleitores de Zanzibar, que têm seu próprio governo e Parlamento, elegem também o presidente e deputados do arquipélago semiautônomo.

A oposição de Zanzibar denuncia que esse voto antecipado é uma estratégia para realizar uma fraude eleitoral.

Os confrontos na ilha de Pemba, reduto da oposição, começaram na noite de ontem quando o Exército distribuiu cédulas de voto, que incluem o conjunto dos candidatos. Segundo os opositores, elas já estavam marcadas.

O porta-voz do partido ACT-Wazalendo (Aliança pela Mudança e Transparência - Patriotas), Abedi Jamis Bakar, disse à AFP que nove pessoas morreram à noite pelos disparos da polícia.

O partido informou, em um primeiro momento, que três pessoas morreram, e outras nove ficaram feridas.

Em Dar es Salaam, o chefe da Polícia da Tanzânia, Simon Sirro, anunciou que 42 pessoas foram detidas em Pemba, mas que não há registro de "nenhum morto". O balanço não pôde ser confirmado através de fontes independentes.

O familiar de uma mulher morta afirmou, sem querer revelar sua identidade, que "homens armados apontaram e dispararam" em sua direção, quando estavam sentados à noite na porta de uma loja.

Segundo essa testemunha, três pessoas, entre elas sua parente, morreram, e 18 ficaram feridas.

Na ilha principal, Bardanza, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e abriu fogo com balas reais em Garagara, um bastião da oposição, constatou um jornalista da AFP.

Pouco depois, o candidato do ACT-Wazalendo, Seif Sharif Hamad, que se apresenta pela sexta vez à Presidência de Bardanza, "foi preso" pela polícia em frente a um centro de votação em Garagara, onde anunciou seu desejo de votar nesta terça-feira, anunciou seu partido no Twitter.

Questionado pela AFP, o chefe da Polícia de Zanzíbar, Hassan Haji, recusou-se a comentar essas informações.

- Tensões políticas -

Em seu comunicado, ACT-Wazalendo pediu "à comunidade internacional e regional que convença os governos de Tanzânia e Bardanza a permitirem eleições livres e justas, sem violência e sem intimidação".

Em sua conta no Twitter, o embaixador americano, Donald Wright, disse que está "alarmado com as informações procedentes de Zanzibar e outras partes sobre violência, mortes e prisões".

O Exército e a Polícia foram enviados em massa para as duas ilhas do arquipélago, Bardanza e Pemba.

As tensões políticas, que frequentemente geram violência, são em geral mais intensas em Bardanza do que na parte continental Tanzânia, país considerado um refúgio de estabilidade no tumultuado leste da África.

A Tanzânia e as instituições de Bardanza são lideradas desde então por Chama Cha Mapinduzi (CCM), partido único até 1992.

Em 2016, todas as eleições em Bardanza, entre elas a presidencial local que o opositor Seif Sharif Hamad declarou ter ganhado, foram anuladas por "fraude" pela comissão eleitoral. Hamad se recusou a participar das novas eleições.


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