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Estado de Minas

ONU: pandemia afeta consideravelmente investimentos estrangeiros diretos


27/10/2020 07:07

A crise do novo coronavírus pode provocar a queda de 40% dos investimentos estrangeiros diretos (IED) este ano e uma recuperação só deve acontecer em 2022, destacam os economistas da ONU.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) explica em um relatório que os confinamentos e a perspectiva de uma profunda recessão global reduziram significativamente os IED.

Estes são os investimentos feitos por uma empresa de um país em interesses comerciais duradouros em outro país, com um propósito de longo prazo.

A noção de interesse duradouro permite distinguir os IED dos fluxos puramente financeiros e mais especulativos.

De acordo com a UNCTAD, os investimentos transfronteiriços caíram 49% no primeiro semestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado. As principais formas de investimentos estrangeiros foram afetadas, do financiamento da infraestrutura até fusões e aquisições.

"A queda foi bastante drástica", declarou o diretor da Divisão de Investimentos e Empresas da UNCTAD, James Zhan.

A queda dos IED deve registrar uma desaceleração no segundo trimestre e a redução anual para o conjunto do ano será de 30-40%.

"As perspectivas continuam sendo muito incertas e dependem da duração da crise de saúde e da eficácia das intervenções de políticas destinadas a atenuar os efeitos econômicos da pandemia", ressaltou Zhan.

Os riscos geopolíticos também aumentam a incerteza, explicou.

- Países ricos, os mais afetados -

Durante o primeiro semestre, as economias desenvolvidas registraram a queda mais expressiva dos IED, com um retrocesso de 75% nos países ricos, a 98 bilhões de dólares, um nível que não era registrado desde 1994.

Na primeira metade do ano, os fluxos de IED para a Europa foram negativos pela primeira vez. Os fluxos de investimentos estrangeiros diretos na América do Norte caíram 56% durante o mesmo período.

Os fluxos de IED para as economias em desenvolvimento diminuíram menos que o previsto (-16%), informa a UNCTAD. Por regiões, as quedas foram de 28% para a África, 25% para América Latina e Caribe e 12% para a Ásia, principalmente pela resistência dos investimentos na China.

Os fluxos de IED para as chamadas economias em transição caíram 81%, arrastadas pela Rússia.

- Perspectivas incertas -

De acordo com a UNCTAD, as perspectivas continuam ruins porque os projetos em novas instalações no exterior (conhecidos como "investimentos greenfield", um dos principais componentes dos IED) caíram 37% durante os primeiros oito meses do ano.

Estes investimentos, que geram emprego e são uma fonte de transferência de tecnologia e de conhecimento, registraram queda de 49% nos países em desenvolvimento e de 17% nas economias desenvolvidas.

"Os fluxos para as economias em desenvolvimento devem ter uma estabilidade e o leste da Ásia demonstra sinais de recuperação iminente", declarou Zhan.

De modo geral, ele espera uma queda moderada dos IED em 2021, de até -10%.

"A longo prazo, vemos a possibilidade de uma transformação das cadeias de valor globais que mudará o panorama do comércio e dos investimentos mundiais", completou.

A transformação será o resultado de uma nova revolução industrial, do desenvolvimento sustentável, de um grande nacionalismo econômico, de cadeias de produção mais curtas e de investimentos nas economias verdes e nas infraestruturas de serviços públicos.


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