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Estado de Minas

Factcheck: o último debate antes das eleições dos EUA


23/10/2020 19:50

O presidente Donald Trump e seu rival, Joe Biden, entraram em confronto por causa da pandemia covid-19, a guerra comercial com a China e a questão racial nos Estados Unidos durante seu último debate antes das eleições em 3 de novembro.

A equipe de fact-checking da AFP verificou os principais problemas:

- Pandemia da covid-19 -

Falando sobre o coronavírus, Trump disse: "Esperávamos 2,2 milhões de mortes, de acordo com uma estimativa [da epidemia, ndr]. Fechamos a maior economia do mundo para combater essa doença horrível".

Mas de onde vem esse número?

Os 2,2 milhões de mortes - que o presidente citou anteriormente para defender sua reação à pandemia - vem de um relatório do Comitê de Resposta à covid-19 do Imperial College. Esse número corresponde, segundo o documento, ao número total de mortes que a epidemia poderia ter deixado nos Estados Unidos se nenhuma ação tivesse sido tomada.

O governo americano, como outros países, impôs confinamentos e os americanos obedeceram, em graus variáveis, às medidas de distanciamento social.

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, a pandemia deixou mais de 223.000 mortos no país.

Biden, por sua vez, disse a Trump: "Agora, há 1.000 mortos por dia. 1.000 mortos por dia".

Isso não é totalmente correto. Nos últimos meses, houve de fato vários dias em que o número de mortes ultrapassou mil. Por exemplo, um balanço da AFP feito a partir da compilação de dados nacionais e da Universidade Johns Hopkins mostra que 1.035 mortes foram registradas em 24 horas na sexta-feira às 3h GMT (0h de Brasília).

No entanto, o balanço varia de um dia para o outro. Nos últimos sete dias, os totais diários foram de 990, 854, 420, 509, 661, 796 e 1.103 óbitos, respectivamente, o que representa uma média de 762 óbitos a cada 24 horas.

- Relações com a China -

"A China está pagando bilhões e bilhões de dólares", anunciou Trump, aparentemente se referindo ao dinheiro dos direitos alfandegários impostos por seu governo.

E Biden respondeu que era "dinheiro do contribuinte" americano.

A resposta do candidato democrata é exata. Como revela o Urban-Brookings Tax Policy Center, um direito aduaneiro "quase sempre é pago diretamente pelo importador (normalmente uma empresa) e nunca pelo país exportador".

Falando das relações comerciais entre Estados Unidos e China, Biden afirmou sobre o presidente: "Isso causou um aumento no déficit (comercial) com a China, não uma diminuição".

Não é exatamente assim. O déficit comercial atingiu US$ 344 bilhões em 2019, após subir para US$ 418 bilhões em 2018.

Em comparação com 2016 - último ano do governo Obama em que o déficit foi de US$ 347 bilhões - ele apresentou queda.

Desde o início do mandato, a política aduaneira de Trump buscou reduzir o déficit comercial e acabar com o que o republicano chama de práticas comerciais desleais.

Sob uma trégua alcançada em 15 de junho de 2020, a China se comprometeu a importar ao menos US$ 200 bilhões em bens americanos em dois anos, mais do que o nível de 2017.

- Questão racial -

Discutindo a questão racial - um tema em alta nos Estados Unidos após a morte de vários cidadãos afro-americanos nas mãos da polícia - Trump acusou o ex-vice-presidente democrata de ter descrito os homens negros como "superpredadores" enquanto era senador.

É uma informação falsa. A expressão "super depredadores" vem de uma lei criminal que conta com coautoria de Biden. Mas foi Hillary Clinton quem usou esse argumento para defender o texto.

Biden disse na noite de quinta-feira que não usou essa expressão. Em frente ao Senado, porém, ele falou em criminosos "que depredam" durante discurso a favor dessa lei.


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