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Estado de Minas

Rússia e EUA estão mais próximos de estender tratado nuclear


20/10/2020 16:55

Washington e Moscou se aproximaram nesta terça-feira (20) com relação à extensão do tratado de desarmamento nuclear New Start, que expira em 2021, depois que as autoridades russas apoiaram a proposta dos Estados Unidos de congelar as ogivas.

O Ministério de Relações Exteriores russo propôs em um comunicado "prorrogar por um ano" o tratado, que expira no início de 2021, e garantiu que a Rússia estava pronta para um congelamento "conjunto com os Estados Unidos (...) do número de ogivas nucleares possuído" por cada uma das duas potências.

Esse congelamento não deve ser acompanhado por "mais demandas adicionais" dos EUA e permitiria "ganhar tempo" para continuar as negociações bilaterais sobre o futuro do controle das armas nucleares, acrescentou a diplomacia russa.

Um acordo entre Moscou e Washington possibilitaria a extensão do New Start até fevereiro de 2022, embora as negociações ainda não tenham sido concluídas e o contexto da campanha eleitoral americana possa dificultar sua ratificação.

A prorrogação por um ano do tratado sobre os arsenais nucleares foi uma das propostas formuladas por Washington na semana passada, que inicialmente foi rejeitada como "inaceitável" por Moscou.

Após meses de negociações paralisadas, Washington comemorou na terça-feira a mudança de posição de Moscou e anunciou que queria se encontrar "imediatamente" com os líderes russos para "finalizar um acordo".

"Agradecemos pela vontade da Federação da Rússia de avançar no tema do controle de armas nucleares", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus.

O Tratado New Start, assinado em 2010, mantém os arsenais dos dois países muito abaixo dos níveis da Guerra Fria, limitando o número de lançadores nucleares estratégicos enviados para 700 e o número de ogivas nucleares para 1.550.

- Desenvolvimento nuclear chinês -

O possível desaparecimento deste último grande acordo bilateral que regia parte dos arsenais dos dois adversários geopolíticos, negociado durante os governos de Barack Obama e Dmitry Medvedev, gera temores sobre o retorno de uma corrida armamentista.

A Rússia e os Estados Unidos possuem mais de 90% das armas nucleares do mundo, de acordo com o último relatório do Instituto Internacional de Estocolmo de Pesquisas para a Paz (SIPRI).

As autoridades russas e americanas vêm há meses mantendo tensas negociações sobre a extensão do New Start, o último tratado nuclear internacional em vigor desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, desconsiderou três outros acordos.

O negociador americano, Marshall Billingslea, e o russo, Sergey Riabkov, se reuniram na semana passada em Helsinque para aproximar suas posições e, depois do encontro, Billingslea disse acreditar que as autoridades russas pareciam prontas para um pacto.

Na sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu estender o acordo atual por pelo menos um ano, porém, "sem condições", o que foi descartado pelos Estados Unidos.

Desde o início das negociações, as autoridades americanas têm insistido na participação da China nas discussões, sob o argumento de que o gigante asiático está desenvolvendo seu arsenal nuclear com grande velocidade. Mas Pequim é contra, pois diz que suas armas nucleares são muito inferiores às de Washington e de Moscou.

A Rússia tinha cerca de 6.375 ogivas nucleares em 2020 e os EUA, cerca de 5.800. Em contraste, a China tem apenas 320; a França, 290, e o Reino Unido, 215, segundo o SIPRI.


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