Jornal Estado de Minas

Ex-presidente do Burundi é condenado à prisão perpétua por assassinato de sucessor

O ex-presidente do Burundi, Pierre Buyoya, foi condenado à prisão perpétua à revelia pelo assassinato de seu sucessor em 1993, de acordo com o veredicto do tribunal consultado nesta terça-feira pela AFP.

Buyoya foi condenado na segunda-feira por "ataque contra o chefe de Estado" e por seu papel no assassinato do primeiro presidente eleito democraticamente, Melchior Ndadaye, durante um golpe que mergulhou o país em uma guerra civil.





Além de Buyoya, 18 oficiais militares e civis próximos a ele receberam a mesma sentença.

Três outras pessoas foram condenadas a 20 anos de prisão por "cumplicidade" nos crimes e um ex-primeiro-ministro, Antoine Nduwayo, foi absolvido.

Apenas cinco dos acusados estiveram presentes, enquanto o resto foi condenado à revelia.

Um dos réus disse à AFP, sob anonimato, que seus advogados não foram informados de que a decisão seria anunciada.

Buyoya é atualmente o representante da União Africana no Mali e uma figura respeitada no continente e no exterior.

Pierre Buyoya, de etnia tutsi, chegou ao poder em 1987 com a ajuda do Exército. Ele renunciou em 1993 quando Ndadaye, da etnia hutu, foi eleito. Mas Ndadaye foi assassinado apenas quatro meses depois, em uma tentativa de golpe liderada por soldados tutsis de linha dura.

O assassinato desencadeou uma guerra civil de vários anos entre os dois grupos étnicos, na qual morreram cerca de 300.000 pessoas.

O ex-presidente Buyoya voltou a governar após um golpe entre 1996 e 2003.