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Estado de Minas

Ativistas pró-democracia voltam às ruas na Tailândia, apesar de proibição de passeatas


18/10/2020 16:43

Milhares de manifestantes desafiaram neste domingo (18), pelo quarto dia consecutivo, a proibição de reuniões públicas em Bangcoc para exigir a renúncia do primeiro-ministro e uma reforma da monarquia.

As tensões de sexta-feira, quando a polícia forçou o recuo dos manifestantes usando jatos d'água e com uma série de prisões, não conteve o movimento, composto principalmente de estudantes.

"Dissolução do Parlamento!", "Que vergonha para o ditador", gritou a multidão que se reuniu no Monumento à Democracia, no centro da capital, acenando com três dedos. Retirado do filme "Jogos Vorazes", o gesto se tornou símbolo da resistência.

Vários manifestantes carregavam retratos de líderes do movimento presos nos últimos dias, incluindo o ativista Anon Numpa. Ele foi detido na sexta-feira, em Chiang Mai (norte).

O movimento, que está nas ruas há três meses, pede a renúncia do primeiro-ministro Prayut Chan O Cha, que chegou ao poder por meio de um golpe em 2014 e foi legitimado por polêmicas eleições no ano passado.

Também reivindica a reforma da poderosa e rica monarquia, um assunto tabu no país há até poucos meses.

"Não haverá democracia neste país sem uma reforma da monarquia", observa um jovem de 24 anos, que pediu anonimato.

"Quero poder falar livremente sobre o rei, é um direito legítimo", afirmou um estudante.

O movimento pede a revogação da lei de lesa majestade, com penas de três a quinze anos de prisão diante de qualquer difamação ou insulto ao monarca e sua família. Além disso, os manifestantes desejam uma maior transparência nas finanças da rica monarquia e o não envolvimento do soberano nos assuntos políticos.

O rei Maha Vajiralongkorn não comentou diretamente sobre essas manifestações, mas declarou na televisão pública que a Tailândia "precisa de um povo que ame seu país, um povo que ame a instituição" que a monarquia representa.

Além das tensões políticas, a Tailândia também enfrenta uma grave crise econômica. Dependente do turismo e bloqueado pela pandemia do coronavírus, o país está mergulhado na recessão, com milhões de desempregados.

"Se os manifestantes desafiarem a lei, as forças de ordem farão o que for preciso para aplicá-la", alertou o porta-voz da polícia nacional Yingyos Thepjumnong.

"O governo está disposto a ouvir a todos", declarou o porta-voz do executivo, Anucha Burapachaisri, neste domingo.

Mas continuaremos "monitorando aqueles que não tenham boas intenções e que se aproveitaram das manifestações para gerar violência", acrescentou.

Os organizadores convocaram outras manifestações em várias províncias do reino, e também na França, Estados Unidos, Canadá e até na Noruega. O movimento, que faz manifestações há três meses, exige uma reforma da Constituição.

"A emenda sobre os senadores deve ser alterada", já que são totalmente nomeados pelo exército, deve ser alterada, disse Phat, um advogado de 24 anos que participou do protesto.

O movimento também exige a renúncia do primeiro-ministro, Prayut Chan O Cha, que chegou ao poder em 2014 por meio de um golpe, e foi legitimado por polêmicas eleições no ano passado.

Alguns denunciam sua "péssima" gestão econômica em um país altamente dependente do turismo - atividade encontra-se bloqueada pela pandemia do coronavírus - e que está em plena recessão com milhões de desempregados.

O militar anunciou que não vai renunciar, ameaçando impor um toque de recolher se a situação continuar.

Na quinta-feira, as autoridades promulgaram um decreto para tentar interromper o protesto, que proíbe reuniões de mais de quatro pessoas e publicações na internet consideradas "contrárias à segurança nacional".

Desde a abolição da monarquia absoluta em 1932, o país registrou 12 golpes de Estado.


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