Jornal Estado de Minas

Com insultos e ataques, Trump e Biden intensificam campanhas nos estados-chave dos EUA

No oeste dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump busca intensificar sua retórica de campanha em Nevada neste domingo (18), enquanto seu oponente democrata, Joe Biden, fará o mesmo no extremo leste, na Carolina do Norte, dois estados-chave para as eleições em novembro.





Assim como em 2016, Trump continua sua campanha em um ritmo frenético, com várias viagens por dia.

Após uma agenda apertada no sábado no norte do país, o magnata republicano tem como compromissos em sua agenda para este domingo assistir a um evento de arrecadação de fundos na Califórnia, para então dar início ao comício em Carson City, capital de Nevada, onde Biden aparece nas pesquisas com uma vantagem de cinco pontos.

Por sua vez, após um sábado tranquilo sem compromissos oficiais, o ex-vice-presidente viaja a Durham, na Carolina do Norte, onde deverá incentivar seus partidários a votar antecipadamente, para depois participar de uma reunião com representantes religiosos afroamericanos.

Biden conta com a mobilização do eleitorado negro para ganhar as eleições em 3 de novembro nesse estado, onde aparece à frente nas pesquisas.

Político veterano, Biden lidera as pesquisas nacionais com nove pontos percentuais. De forma mais importante, embora por uma margem mais estreita, aparece à frente nos principais estados, que a cada eleição podem votar em um partido ou outro.





Para mobilizar seus partidários, Trump promete, apesar das pesquisas, "uma onda vermelha de uma magnitude nunca antes vista", em referência à cor do partido republicano.

Os dois candidatos se reunirão em Nashville, no Tennessee, na próxima quinta-feira para o debate presidencial final, mas Trump já intensificou seus ataques a Biden nos últimos dias.

Diante de uma multidão animada em Muskegon, Michigan, Trump optou por temas belicosos e garantiu que os democratas querem "apagar a história dos Estados Unidos, expurgar os valores americanos e destruir o modo de vida americano".

O magnata republicano insistiu em sua alegação de que Biden é corrupto, evocando a mesma teoria da conspiração que o levou a sofrer o processo de "impeachment" no ano passado e a uma nova matéria do jornal The New York Post, com supostas evidências de corrupção contra um filho de seu rival.

"Joe Biden é um político corrupto, e a família Biden é uma empresa criminosa", afirmou no sábado, ovacionado por seus eleitores.

"Ele é um criminoso, cometeu crimes", insistiu, acrescentando que "é um risco para a segurança nacional".

Por sua vez, também no sábado, o candidato democrata ficou em sua casa em Delaware sem manifestações públicas, preparando-se para voltar ao ringue neste domingo.





De Michigan, Trump seguiu para Wisconsin, epicentro da nova onda de infecções por coronavírus no país, onde foi recebido por seus seguidores em Janesville.

"A estratégia do presidente Trump é trabalhar pelo voto do povo americano", disse sua porta-voz, Kayleigh McEnany, à Fox News.

"É por isso que ele está em dois estados hoje e terá dois comícios amanhã, mais dois no Arizona na segunda-feira", acrescentou McEnany, no sábado.

Apenas duas semanas após deixar o hospital por covid-19, Trump planeja manter esse ritmo intenso até o final da campanha, com comícios quase diários, na tentativa de aumentar sua base de fãs. O entusiasmo ficou evidente no sábado.

A multidão gritava "nós te amamos" e, estimulada pelo próprio Trump, exigia "prendam ela", em referência à governadora democrata de Michigan.

No final de seu discurso de 90 minutos, Trump até dançou algumas notas da famosa "YMCA", do Village People. Em sua longa intervenção, chamou atenção, porém, a ausência de referências importantes à pandemia. Nos EUA, já são quase 219 mil mortos e mais de oito milhões de casos de contágio.

As pesquisas de opinião mostram que a grande maioria não aprova a gestão errática da pandemia, por parte de Trump. Já Biden fez dela peça central de sua campanha, prometendo o que considera uma liderança mais sóbria e menos politizada da crise nacional.

Ontem, o candidato democrata divulgou uma declaração, assegurando que "o presidente Trump está, propositadamente, minimizando a gravidade do vírus".