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Estado de Minas

Azerbaijão jura vingança após morte de 13 civis em Nagorno Karabakh


17/10/2020 13:13

O Azerbaijão prometeu, neste sábado (17), vingar a morte de 13 civis em um bombardeio noturno a uma área residencial em Ganya, a segunda maior cidade do país, um ataque que marca uma escalada no conflito de Nagorno-Karabakh entre azerbaijanos e separatistas armênios.

Horas antes do bombardeio a Ganya, foram registrados ataques azerbaijanos contra a capital do território separatista, Stepanakert, segundo jornalistas da AFP presentes nesta localidade.

A cidade foi abandonada pela maioria de seus habitantes desde o início dos confrontos, em 27 de setembro passado.

O ataque em Ganya na madrugada deste sábado foi seguido de um segundo bombardeio em outra parte dessa localidade, além de um disparo na estratégica cidade de Mingachevir, a uma hora de distância por estrada.

O aumento da violência expõe a impotência da comunidade internacional para acalmar a situação em Nagorno Karabakh, um território separatista mergulhado em um conflito que também envolve potências regionais, como Rússia e Turquia.

Povoado principalmente por armênios cristãos, esse enclave se separou do Azerbaijão, um país muçulmano xiita de língua turca, pouco antes da desintegração da União Soviética, em 1991. Essa mudança levou a uma guerra que deixou 30.000 mortos na década de 1990.

Desde 1994, existe um cessar-fogo, frequentemente interrompido por confrontos.

Em Ganya, jornalistas da AFP viram casas destruídas pelo míssil, que caiu por volta das 3h locais (20h de sexta em Brasília). De acordo com o procurador-geral, 13 civis morreram, e mais de 45 ficaram feridos.

Aos prantos, moradores fugiram da área, alguns apenas de pijama e chinelo.

"Estávamos dormindo. As crianças viam televisão", contou Rubaba Zhafarova, de 65 anos, diante dos escombros de sua casa.

"Todas as casas próximas foram destruídas. Muitas pessoas estão sob os escombros. Algumas estão mortas, outras feridas", completou.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, garantiu que "vingará" os civis mortos no ataque.

"Este crime covarde não vai quebrar a vontade do nosso povo. Vamos responder no campo de batalha, vamos nos vingar no campo de batalha", frisou, prometendo que vão "caçar como cães" seus inimigos separatistas armênios.

- "Minha mulher estava ali" -

Dezenas de equipes de resgate correm contra o tempo para encontrar sobreviventes sob os escombros. Após várias horas de busca, uma equipe colocou vários sacos pretos com corpos, um deles com cabeça e braço, em uma ambulância.

"Minha esposa estava ali, minha mulher estava ali", gritou um homem, que era levado por uma enfermeira para uma ambulância.

Um morador disse ter visto uma criança, duas mulheres e quatro homens sendo retirados dos destroços.

"Uma mulher perdeu as pernas. Outra pessoa perdeu um braço", relatou Elmir Shirinzaday, de 26.

Ganya, uma cidade com mais de 300 mil habitantes, já havia sido bombardeada no domingo por um míssil que causou dez mortes.

Na cidade de Mingachevir, uma hora ao norte de Ganyá, jornalistas da AFP disseram ter ouvido uma potente explosão que sacudiu os prédios, mais ou menos na mesma hora.

Mingachevir está protegida por um sistema antimísseis, pois abriga uma barragem estratégica. Ainda não se sabe se os mísseis foram destruídos em voo, ou se atingiram a cidade.

Os separatistas armênios não fizeram comentários específicos sobre o ataque a Ganya. Afirmaram apenas que, como o Azerbaijão visava à infraestrutura civil nas cidades de Stepanakert e Chucha, "operações foram lançadas para deter o adversário", segundo o centro de informações do Governo armênio.

No "front", os combates continuavam, e Azerbaijão e Armênia se acusam mutuamente de violar o cessar-fogo e alvejar civis.

O Exército do Azerbaijão anunciou que avançou pelo norte e pelo sul da linha de frente, destruindo equipamentos militares, armas e deixando "muitos mortos".

Além do alto custo em vidas, a comunidade internacional teme que o conflito se internacionalize. A Turquia apoia o Azerbaijão, enquanto a Armênia, que dá suporte financeiro aos separatistas, faz parte de uma aliança militar com a Rússia.


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