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Estado de Minas

Professor que mostrou caricaturas de Maomé é decapitado perto de Paris


16/10/2020 16:55

Um professor de história que exibiu caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão foi decapitado perto de Paris nesta sexta-feira (16), e seu suposto agressor foi morto pela polícia.

O assassinato ocorre três semanas após um ataque a faca na capital francesa perto da antiga sede da revista Charlie Hebdo, que publicou essas charges.

A vítima foi decapitada no meio da rua, perto da escola onde ele trabalhava, em Conflans-Sainte-Honorine, uma pequena cidade de 35 mil habitantes a 50 quilômetros de Paris, por volta das 17h locais (12h no horário de Brasília).

A Procuradoria Nacional Antiterrorista abriu uma investigação por "assassinato em conexão com uma empreitada terrorista" e "associação criminosa terrorista".

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, que estava no Marrocos, decidiu voltar a Paris imediatamente e determinou a criação de uma unidade de crise.

O presidente francês, Emmanuel Macron, está a caminho do local do ataque, de acordo com a Presidência.

A Polícia da cidade de Conflans Saint-Honorine foi alertada sobre a presença de um indivíduo suspeito que rondava uma escola, informou a Procuradoria.

Ao chegar, a Polícia encontrou a vítima decapitada a 200 metros da escola. Tentaram prender um homem que segurava uma faca, mas ele os ameaçou, o que levou os policiais a dispararem contra ele.

O suposto autor do crime, cuja identidade ainda não foi divulgada, morreu, disseram fontes judiciais à AFP. Antes de ser morto pela polícia, ele gritou "Alá é grande", segundo uma fonte da investigação.

A polícia estabeleceu um perímetro de segurança e o serviço de desminagem foi chamado por suspeita de que o homem estivesse usando um colete explosivo.

O choque e a incompreensão prevaleciam entre os vizinhos com quem a AFP conversou. Eles descreveram como "tranquilo" o bairro em que aconteceu o ataque.

- Em pleno julgamento do caso Charlie Hebdo -

O crime gerou uma onda de indignação entre as autoridades. "É a República que está sob ataque", reagiu o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer.

Na Assembleia Nacional, os deputados se levantaram para "saudar a memória" do professor e denunciar o "abominável ataque".

Há apenas três semanas, duas pessoas ficaram feridas após um ataque realizado com um facão por um paquistanês de 25 anos próximo às antigas instalações do semanário satírico Charlie Hebdo.

O autor do atentado disse aos investigadores que queria vingar a republicação das charges de Maomé pelo Charlie Hebdo no início de setembro.

Foi com a mesma justificativa que a revista foi atacada em janeiro de 2015 por dois jihadistas, que fizeram um massacre, matando grande parte dos membros da redação, incluindo alguns dos mais famosos cartunistas da França.

Sob o título "Tout ça pour ça" ('Tudo isso por isso', em tradução livre), o Charlie Hebdo voltou a republicar os desenhos na ocasião do julgamento dos atentados de 2015, que estão em andamento em Paris.

Em resposta, milhares de manifestantes protestaram em várias cidades do Paquistão contra a revista e a França.

A Al Qaeda também havia ameaçado atacar de novo a redação do Charlie Hebdo, que após os ataques de 2015 se mudou e mantém seu novo endereço em segredo.

Desde a onda sem precedentes de atentados jihadistas que começou em 2015 na França e causou a morte de 258 pessoas, vários ataques foram perpetrados em todo o país.


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