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Estado de Minas

Os avanços médicos para tratar a covid-19


15/10/2020 12:37

A medicina começa a limitar os tratamentos úteis contra a covid-19, descartando, por exemplo, os antivirais contra o HIV e a hidroxicloroquina, sem ainda ter um remédio eficaz aplicável à maioria dos casos.

- Os que funcionam -

- Dexametasona e outros corticoides.

A dexametasona ajuda a reduzir a mortalidade por covid-19 e, desde setembro, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Não deve, porém, ser administrada no início da doença, pois reduz as defesas imunológicas.

É por isso que funciona em pacientes nas condições mais graves: ela reduz a aceleração do sistema imunológico - a chamada tempestade de citocinas - responsável por uma inflamação perigosa.

Os demais medicamentos da mesma família, os corticoides, também permitem uma redução de 21% na mortalidade após 28 dias entre os casos mais graves, de acordo com vários estudos publicados em setembro na revista médica Jama.

A OMS recomenda, portanto, o "uso sistemático de corticoides para pacientes em estado grave, ou crítico".

- O remdesivir

Esse antiviral desenvolvido inicialmente contra o ebola reduz um pouco o tempo de recuperação de pacientes hospitalizados (de 15 para 11 dias), segundo estudo publicado pelo New England Journal of Medicine. Mas não reduz a mortalidade.

Vendido pelo laboratório Gilead sob a marca Veklury, o medicamento foi o primeiro a receber em julho autorização condicional no mercado europeu.

Vem sendo, porém, mais usado nos Estados Unidos do que na Europa.

Em 2 de outubro, a EMA indicou que estudará uma ligação potencial entre tomar remdesivir e apresentar "problemas renais agudos".

- Anticoagulantes

Assim como os corticoides, eles são usados em pacientes nas condições mais graves. O objetivo é evitar coágulos sanguíneos, uma das complicações da covid-19.

- Os que não funcionam

- Hidroxicloroquina

Esse medicamento usado no tratamento da malária, defendido com unhas e dentes pelo agora famoso médico francês Didier Raoult, foi assunto de um acalorado debate em que líderes como Donald Trump e Jair Bolsonaro tomaram partido (a favor).

Estudos, especialmente a vasta pesquisa britânica Recovery, mostraram, no entanto, que a hidroxicloroquina é ineficaz contra a covid-19.

A saga também foi marcada por um escândalo acadêmico: no início de junho, a prestigiosa revista The Lancet teve de retirar um estudo crítico sobre a hidroxicloroquina por suspeitas de fraude.

- Lopinavir-ritonavir

Usada no tratamento contra o vírus da aids, a associação dessas duas drogas não é eficaz em pacientes hospitalizados, segundo a Recovery.

- Os que estão sendo testados

- Anticorpos sintéticos

Esses anticorpos chamados "monoclonais" são produzidos em laboratório e injetados por via intravenosa para apoiar o sistema imunológico na neutralização do SARS-CoV-2.

Trump recebeu esse tratamento experimental quando contraiu a covid-19.

Fabricado pela empresa americana de biotecnologia Regeneron e com resultados preliminares encorajadores, esses anticorpos serão agora testados em larga escala no Recovery.

Outro grupo americano, Eli Lilly, está desenvolvendo um tratamento semelhante, mas anunciou na terça-feira (13) a suspensão dos testes por razões de segurança não especificadas.

Esses novos tratamentos são "promissores", mas "como um todo, sua eficácia e segurança ainda não foram demonstradas", disse recentemente o imunologista Anthony Fauci, um dos principais especialistas do governo dos Estados Unidos nessa área.

- Plasma

Envolve a realização de uma transfusão de plasma sanguíneo extraído de pacientes curados para que os pacientes se beneficiem de seus anticorpos.

Segundo alguns estudos, esse tratamento foi eficaz no tratamento do vírus ebola e da SARS, da mesma família do novo coronavírus.

Atualmente, Recovery compara se a administração de plasma é mais eficaz do que os outros tratamentos.

- Outras pistas

Recovery também avalia a eficácia do tocilizumab, um medicamento que se espera que ajude a combater o fenômeno inflamatório registrado nos casos mais graves.

Paralelamente, existem programas no mundo em que cientistas tentam analisar se já existem moléculas que possam ser eficazes contra a covid-19.


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