Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (13) um "acordo de princípio" com a Rússia para estender o tratado Novo Start, o último grande acordo nuclear entre as duas nações, que expira em fevereiro, mas um alto funcionário russo denominou a proposta americana de "inaceitável".
"Estamos realmente dispostos a prorrogar o tratado Novo Start por um período de tempo, desde que eles concordem, em troca, em limitar - congelar - seu arsenal nuclear", disse o negociador americano Marshall Billingslea.
O governo do presidente Donald Trump insistiu sem sucesso em que a China participasse do acordo para reduzir o arsenal de armas nucleares, mas a três semanas das eleições nos Estados Unidos, ele diz que por enquanto está disposto a manter o tratado praticamente como está.
"Acreditamos que haja um acordo de princípio no mais alto nível entre os dois governos", acrescentou Billingslea, na Heritage Foundation.
O funcionário do governo americano abreviou na semana passada sua viagem à Ásia para se encontrar com seu homólogo russo em Helsinque, observando que achava que havia um espírito de compromisso.
Ele disse que a Rússia ainda não deu a aprovação final ao "acordo de cavalheiros" e autorizou os detalhes a serem finalizados.
"Estamos prontos para chegar a este acordo. Na verdade, podemos alcançá-lo amanhã, mas Moscou também terá que mostrar vontade política para fazer isso", afirmou.
Billingslea acrescentou que os Estados Unidos continuarão a insistir na participação da China, cujo programa nuclear cresce rapidamente, mas ainda é uma fração em comparação com os arsenais de Rússia e Estados Unidos.
"Tudo o que concordarmos com os russos deve ser enquadrado e em um formato que permita que o acordo seja estendido aos chineses quando eles forem finalmente trazidos à mesa de negociações", disse Billingslea.
Segundo o negociador americano, os EUA também buscam medidas de verificação da Rússia e estão dispostos a tomar medidas recíprocas.
"Se sabemos alguma coisa sobre os russos, é que eles são violadores em série do tratado", ressaltou.
A Rússia, por sua vez, afirmou que o congelamento de arsenais nucleares proposto pelos Estados Unidos nas negociações seria "inaceitável".
"É uma proposta inaceitável", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Riabkov, citado por agências de notícias russas, em reação às declarações do negociador americano Marshall Billingslea.