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Estado de Minas

Prever impacto do tempo para atuar mais rápido nas catástrofes climáticas


13/10/2020 09:13

Para melhor se preparar para os violentos fenômenos meteorológicos relacionados às mudanças climáticas, a partir de agora, em vez de se perguntar como estará o tempo, será necessário saber o que provocará - explicaram especialistas em risco e prevenção, nesta terça-feira (13).

É necessário "avançar no estabelecimento de serviços de previsão que levem em conta os impactos" para que o foco das atenções não seja "o tempo que fará, mas as consequências que terá, e isso vai permitir que pessoas e empresas tomem medidas precoces com base em alertas", ressalta um relatório realizado sob a direção da Organização Meteorológica Mundial (OMM), dedicado a tornar os sistemas de alerta mais eficazes para salvar mais vidas.

"Os sistemas de alerta precoce são um pré-requisito para a redução eficaz do risco de desastres e adaptação às mudanças climáticas. Estarmos preparados e sermos capazes de reagir na hora certa e no lugar certo pode salvar muitas vidas e proteger os meios de subsistência de comunidades em todo mundo", insiste o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, no relatório.

Ainda há, porém, muito a ser feito.

"Apenas 40% dos 138 membros da OMM têm sistemas de alerta precoce de múltiplos perigos. Isso significa que, globalmente, uma pessoa em cada três não tem acesso a alertas precoces", completa.

Atualmente, apenas 75 membros da organização (39%) relataram fornecer serviços de previsão com base nos impactos.

- Menos mortos, mais danos -

Nos últimos 50 anos, o número de mortes registradas por cada catástrofe foi reduzido em um terço, mas o número de fenômenos meteorológicos violentos multiplicou por cinco, e as perdas econômicas, por sete.

"Fenômenos meteorológicos e climáticos extremos - cuja frequência, intensidade e gravidade aumentaram, devido à mudança climática - afetam desproporcionalmente as comunidades vulneráveis. E, no entanto, uma em cada três pessoas ainda não está adequadamente coberta por sistemas de alerta antecipado", aponta este documento, elaborado por 16 instituições financeiras e organismos internacionais.

Em 2018, cerca de 108 milhões de pessoas, vítimas de tempestades, inundações, secas, ou incêndios, tiveram de recorrer à ajuda humanitária internacional.

Em 2030, o relatório prevê que poderão ser mais 50%, a um custo de US$ 20 bilhões ao ano.

Os países pobres, e especialmente o continente africano, são os menos preparados, embora estejam convencidos de que os sistemas de alerta avançados são uma "prioridade máxima".

Apesar dos avanços tecnológicos na comunicação, porém, a disseminação de alertas continua mal adaptada em muitos países em desenvolvimento.

Na África, embora a capacidade seja adequada em termos de conhecimento dos riscos e de sua previsão, "apenas 44 pessoas a cada 100 são cobertas por sistemas de alerta precoce (em países para os quais existem dados disponíveis)".

Para tentar remediar esta situação, os autores recomendam investir nestes sistemas de alerta avançados, especialmente na África, para que se possa passar rapidamente do alerta para a ação e também para controlar ainda mais os recursos e a eficácia dos sistemas existentes.

O relatório mostra uma dúzia de exemplos onde dispositivos de alerta precoce permitiram uma ação mais rápida, como em Bangladesh. O sistema de alerta de ciclones ajudou a reduzir o número de mortos e o impacto econômico.

Na Europa, a implementação de um sistema de informação sobre incêndios florestais permitiu evitar entre 255 e 375 milhões de euros (entre 300 e 442 milhões de dólares) de perdas econômicas, com um custo operacional inferior a dois milhões de euros (2,3 milhões de dólares).


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