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Estado de Minas

Várias prisões e repressão em Belarus durante nova manifestação


11/10/2020 13:31

A polícia bielorrussa dispersou, neste domingo (11), milhares de manifestantes reunidos em Minsk contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko com canhões de água, cassetetes e bombas de efeito moral, na repressão mais violenta das últimas semanas.

O movimento de protesto sem precedentes, desencadeado por suspeitas de fraudes nas eleições presidenciais de 9 de agosto, reúne dezenas de milhares de pessoas todos os domingos.

Esta tarde, uma multidão voltou a reunir-se na capital para exigir a saída do presidente Alexander Lukashenko, mas a polícia fez todo o possível para impedir a convergência dos diversos grupos, bloqueando ruas e dispersando alguns.

"Canhões de água e bombas de efeito moral foram usados em Minsk", disse a porta-voz do ministério do Interior, Olga Chemodanova, à AFP.

É a primeira vez que um arsenal desta magnitude é utilizado desde as primeiras manifestações que se seguiram às eleições, quando milhares de pessoas foram presas, dezenas ficaram feridas e várias foram mortas.

Mais cedo, dezenas de manifestantes foram presos em Minsk, pouco antes do início do protesto.

Imagens divulgadas pelo veículo de mídia independente tut.by mostraram policiais de choque e homens encapuzados em roupas civis correndo no canteiro central de uma grande avenida na capital bielorrussa.

Os agentes são vistos prendendo brutalmente alguns manifestantes, presentes em grande número para esta nova mobilização social.

Segundo a ONG Viasna, 150 pessoas foram presas. Apesar da ação policial, a manifestação semanal teve início, reunindo pelo menos 10.000 pessoas, de acordo com um jornalista da AFP presente no local.

No sábado, o contestado chefe de Estado surpreendeu ao se reunir com vários opositores presos. Ele efetuou o encontro na prisão dos serviços especiais (KGB) para, segundo a presidência bielorrussa, discutir as mudanças constitucionais que planeja.

O presidente visitou adversários por quatro horas e meia. "A Constituição não será escrita na rua", disse Lukashenko, referindo-se ao projeto de reforma constitucional que está promovendo como sua solução para a crise.

O canal Telegram NEXTA Live, que coordena parcialmente o movimento de protesto e que tem dois milhões de assinantes - em um país de 9,5 milhões de habitantes - convocou os manifestantes a se reunirem neste domingo em torno deste presídio e do Ministério de Interior para que "cada preso político possa ouvir" o povo.

Centenas de manifestantes, líderes de movimentos políticos, sindicatos e jornalistas foram presos desde o início de agosto e encarcerados por terem participado ou organizado a contestação.

Mais de dez jornalistas, incluindo representantes da mídia russa, também foram presos neste domingo.

O movimento de protesto sem precedentes, desencadeado por suspeitas de fraude maciça durante a eleição presidencial de 9 de agosto, reúne dezenas de milhares de pessoas todos os domingos.

Em resposta, as autoridades mobilizam tropas de choque, veículos blindados e canhões d'água em grande número em Minsk. Também limitam o acesso à Internet móvel e reduzem o transporte público para dificultar a mobilização.

"Não importa quantas pessoas eles prendam, nós vamos sair às ruas de qualquer jeito, porque os líderes são ele, ela, todos nós", garantiu à AFP Alexandre Starovoitov, empresário de 32 anos que se preparava para protestar.

As principais figuras da oposição estão na prisão ou no exílio, como a candidata presidencial da oposição Svetlana Tikhanovskaya.

Esta semana, vários países europeus, incluindo Reino Unido, Estônia e Letônia, convocaram de volta seus embaixadores em Minsk.

Além disso, o Comitê Olímpico Internacional (COI) disse estar "muito preocupado" com a discriminação contra atletas por causa de suas opiniões políticas.


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