Jornal Estado de Minas

China propõe uma "plataforma de diálogo" no Golfo

O ministro chinês de Relaciones Exteriores, Wang Yi, defendeu em um encontro com seu colega iraniano Javad Zarif a criação de uma "plataforma de diálogo multilateral" para acalmar as tensões no Oriente Médio, segundo Pequim.

Os dois responsáveis, que se reuniram no sábado em Tengchong, no sudoeste da China, também manifestaram sua união em defesa do acordo nuclear iraniano de 2015 e denunciaram o "unilateralismo" e a "intimidação" dos Estados Unidos.





No Oriente Médio, as relações entre a Arábia Saudita e o Irã, rivais regionais, são tensas há anos, e mais recentemente devido a guerra no Iêmen, a influência iraniana no Iraque e o apoio saudita à política de "pressão máxima" que Washington exerce sobre Teerã.

"Frente as preocupações legítimas de todas as partes em matéria de segurança, a China propõe a criação de uma plataforma multilateral e regional", indicou Wang Yi, segundo um comunicado publicado por seu ministério no sábado à noite.

"Todas as partes participariam com o mesmo nível, com o objetivo de melhorar a compreensão através do diálogo mútuo e a discussão por meios políticos e diplomáticos para resolver os problemas de segurança", afirmou.

A única condição que Wang Yi estabeleceu é a defesa do acordo internacional do programa nuclear iraniano, do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018.

O presidente Donald Trump considerava que este texto era insuficiente para impedir que o Irã produzisse um arsenal nuclear.

"A China se opõe a qualquer ato unilateral que prejudique o acordo (nuclear) e seguirá impulsionando sua aplicação", disse Wang Yi, que insistiu em reforçar a cooperação com o Irã "para defender o multilateralismo" e se "opor à intimidação".

No Twitter, Zarif celebrou no sábado os "encontros frutíferos" que permitiram reforçar os laços bilaterais em matéria de cooperação regional, de vacinas contra a covid-19 e sobre o acordo nuclear.

"Repudiamos o unilateralismo norte-americano e as tentativas dos Estados Unidos de criar um mundo unipolar", declarou.