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Estado de Minas

Dois jihadistas da célula 'Beatles' do EI declaram inocência à justiça dos EUA


09/10/2020 17:07

Dois membros da célula do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), apelidados de "Beatles", se declararam inocentes em um tribunal dos Estados Unidos nesta sexta-feira (9) de acusações de conspiração para assassinar quatro reféns americanos.

Apelidados por seus reféns por causa do sotaque britânico, Shafee Elsheikh, de 32 anos, e Alexanda Kotey, de 36, foram levados de avião do Iraque para os Estados Unidos na quarta-feira para enfrentar julgamento pela participação nos assassinatos dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff e dos ativistas de direitos humanos Peter Kassig e Kayla Mueller.

O magistrado T.S. Ellis descreveu o caso como "complexo e incomum" e marcou a próxima audiência para 15 de janeiro.

"É preciso tempo para atingir os objetivos da justiça neste caso", afirmou o juiz.

Na quinta-feira, um grande júri os indiciou pelo sequestro e assassinato de quatro americanos: os jornalistas James Foley e Steven Sotloff, cuja decapitação em 2014 foi exibida em vídeos que chocaram o mundo, e os ativistas de direitos humanos Kayla Mueller e Peter Kassig.

Na quarta-feira, um juiz de plantão leu a acusação para eles em uma curta aparição em vídeo e designou defensores públicos.

Nesta sexta-feira, ambos voltaram a comparecer virtualmente perante este magistrado, em audiência na qual renunciaram ao direito de solicitar fiança.

- "Métodos sádicos" -

Os dois homens, que cresceram e se radicalizaram no Reino Unido antes de ingressarem no Estado Islâmico (EI) na Síria, em 2012, perderam a nacionalidade britânica.

Eles faziam parte de um quarteto que, de acordo com vários centros de pesquisa dos EUA, sequestrou e decapitou 27 reféns, incluindo civis sírios.

"Seus métodos sádicos não conheciam limites, incluindo crucificação, afogamento, execuções simuladas", relataram os pesquisadores Anne Speckhard e Ardian Shajkovci - que conheceram Kotey em sua cela na Síria - em um artigo para o Centro Internacional de Estudos de Violência Extremista (ICSVE, na sigla em inglês).

A figura mais proeminente do grupo, Mohammed Emwazi, apelidado de "Jihadi John", se destacou por aparecer todo vestido de preto com uma faca de açougueiro em vídeos de propaganda do EI. Ele foi morto em um bombardeio americano na Síria em novembro de 2015.

Kotey e el-Sheikh foram capturados em janeiro de 2018 por forças curdas na Síria e colocados sob controle militar dos EUA no Iraque em outubro de 2019, na época da ofensiva turca no norte da Síria. O quarto membro, Aine Davis, está preso na Turquia.

- Sem pena de morte -

Em 2015, os Estados Unidos apresentaram um pedido de assistência jurídica às autoridades britânicas para a obtenção de provas para um julgamento em solo americano.

Londres interrompeu sua cooperação em 2018, depois de ser criticada por não garantir que os jihadistas não fossem submetidos à pena de morte.

A situação foi desbloqueada em agosto, quando Washington prometeu não pedir a pena de morte contra os dois homens. Assim, a justiça britânica entregou as provas solicitadas, abrindo caminho para a acusação e transferência.

As famílias de suas vítimas americanas saudaram por meio de um comunicado "o primeiro passo na busca por justiça".

"Espero que eles possam incriminar outras pessoas que ainda possam estar escondidas em outras partes da Europa ou em alguns campos de refugiados", disse a mãe de James, Diane Foley, à AFP.


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