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Estado de Minas

Metade da população de Nagorno Karabakh foi deslocada


07/10/2020 18:07

Metade da população de Nagorno Karabakh foi deslocada pelos combates iniciados há quase duas semanas entre separatistas e o Azerbaijão, informaram as autoridades antes de uma primeira reunião da mediação internacional, anunciada para a quinta-feira em Genebra.

"É uma enorme tragédia", disse o presidente russo, Vladimir Putin. "Pedimos, e insisto nisso, em um cessar-fogo. E é preciso fazê-lo o mais rapidamente possível", destacou Putin durante entrevista divulgada na quarta-feira (7) pelo Kremlin.

Horas depois, a diplomacia azerbaijana anunciou que o ministro das Relações Exteriores, Ceyhun Bayramov, irá na quinta-feira a Genebra para um encontro com o mediador internacional sobre o conflito.

"O objetivo é se reunir com os presidentes do Grupo de Minsk, da OSCE (Rússia, França e Estados Unidos), e apresentar a posição do Azerbaijão sobre a solução do conflito", informou o ministério.

A Armênia, por meio de uma porta-voz, descartou qualquer encontro de ministros azerbaijano e armênio em Genebra, sem informar se seu ministro das Relações Exteriores, Zograb Mnatsakanian, iria a um encontro em separado com os copresidentes do grupo de Minsk.

Mnatsakanian é aguardado em Moscou em 12 de outubro para um encontro com o colega russo, Serguei Lavrov.

Em onze dias de combates, o balanço de mais de 300 mortos, entre eles cinquenta civis, continua sendo parcial, pois o Azerbaijão não anuncia suas baixas militares e os dois lados afirmam ter eliminado cada um cerca de mil soldados inimigos.

- Noventa por cento de mulheres e crianças -

Metade da população de Nagorno Karabakh foi deslocada, 90% mulheres e crianças, disse à AFP Artak Belgarian, encarregado da defesa dos direitos dos civis em tempos de guerra da autoproclamada República de Nagorno Karabakh.

"Segundo nossos cálculos preliminares, entre 70.000 e 75.000 pessoas foram deslocadas", de um total de 140.000 habitantes, destacou. Noventa e nove por cento da população de Nagorno Karabakh são armênios.

As autoridades locais e da Armênia acusam o Azerbaijão de colocar os civis como alvo desde o início dos combates, em 27 de setembro, sobretudo em Stepanakert, a cidade mais importante do enclave, onde vivem 50.000 pessoas.

A localidade é alvo de foguetes e projéteis que forçam a população a se refugiar no subsolo ou simplesmente fugir de casa.

Na madrugada de terça para quarta-feira, Stepanakert voltou a ser alvo de bombardeios e ao amanhecer, houve ataques com drones, comprovou um jornalista da AFP. No entanto, a calma voltou na tarde de quarta-feira.

Um grupo de casas na parte alta da cidade, perto do Parlamento, foi completamente destruído, segundo jornalistas da AFP.

Moradores consideram que os impactos correspondem a foguetes Smerch, grandes projéteis de fabricação soviética, e com um alcance de dezenas de quilômetros.

- UE pede para "evitar interferência estrangeira"

As autoridades do Azerbaijão também afirmam que sua população civil é alvo de ataques armênios, mas não forneceu dados sobre os deslocados.

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, acusou na terça, em entrevista com a AFP, a Turquia, aliada do Azerbaijão, de ter provocado "a guerra" por seu "compromisso ativo" neste conflito.

Nagorno Karabakh se proclamou independente do Azerbaijão em 1991, o que provocou uma guerra que deixou 30.000 mortos. Desde o cessar-fogo de 1994, há confrontos esporádicos, como o ocorrido em 2016.

As autoridades do Azerbaijão se sentem apoiadas por seus aliados, turcos, o que levou o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, a recusar qualquer proposta de trégua que não inclua a retirada armênia de Karabakh.

A Rússia mantém boas relações com os dois lados, aos quais fornece armas, mas se sente mais próxima da Armênia, que integra uma aliança militar controlada por Moscou.

A União Europeia (UE) teme uma internacionalização do conflito, com a participação da Turquia e da Rússia, afirmou na quarta-feira, em Bruxelas, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, perante o Parlamento Europeu, durante sessão em Bruxelas.

"Devemos evitar a interferência estrangeira", reiterou.

O Irã não tolerará a presença de "terroristas" nas proximidades de sua fronteira norte, afirmou nesta quarta-feira seu presidente, Hassan Rohani.

"Para nós é inaceitável que alguns queiram transladar terroristas da Síria e outros locais para regiões próximas das nossas fronteiras", disse Rohani durante reunião de gabinete transmitida pela TV oficial.

A França informou na quarta-feira que a Turquia está "militarmente" envolvida no conflito juntamente com o Azerbaijão e reiterou seu temor de uma "internacionalização" do conflito.


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