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Estado de Minas

Buracos negros, misteriosos devoradores de estrelas


06/10/2020 13:25

O buraco negro é um dos elementos mais misteriosos do Universo: um "monstro" invisível devorador de estrelas, sua existência foi cientificamente comprovada após um longo e árduo caminho que o Prêmio Nobel de Física consagrou nesta terça-feira (6).

O prêmio foi concedido ao britânico Roger Penrose, que forneceu a prova matemática, assim como ao alemão Reinhard Genzel e à americana Andrea Ghez, que encontraram um buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea.

Esses objetos desafiam o senso comum a tal ponto que até Albert Einstein, pai da teoria da relatividade, duvidou de sua existência.

- Dois tipos -

Os buracos negros comprimem grandes massas em espaços extremamente pequenos. Sua atração gravitacional é tão grande que nada lhes escapa, nem mesmo a luz.

Por este motivo, estes corpos são muito difíceis de detectar. Os cientistas conseguiram confirmar sua existência, graças ao impacto que têm em seu entorno.

Existem dois tipos.

O primeiro é formado pelo colapso do núcleo de uma grande estrela, criando uma supernova. Pode ser até 20 vezes mais massivo que o Sol, mas ocupa um pequeno espaço. Tentar ver o buraco negro mais próximo da Terra seria como procurar uma célula humana na superfície lunar.

Em contraste, os buracos negros supermassivos - como aqueles que os laureados com o Prêmio Nobel encontraram - são pelo menos um milhão de vezes maiores que o Sol.

No mês passado, foi anunciada a descoberta do primeiro buraco negro de massa intermediária, 142 vezes maior do que o Sol. Ele foi formado pela fusão de dois menores.

- Freio no tempo -

Em 1915, Einstein descreveu como absolutamente tudo, do átomo à supernova, está sujeito à gravidade. E como isso é proporcional à massa, um corpo extremamente maciço poderia, em teoria, alterar o espaço e desacelerar o tempo.

Embora duvidasse de sua existência, o cientista acreditava que um buraco negro seria até capaz de parar o tempo.

Roger Penrose forneceu provas de que a formação de um buraco negro era uma previsão sólida da teoria da relatividade geral de Einstein.

- Buracos negros supermassivos -

Provavelmente, o buraco negro mais famoso é aquele no centro da Via Láctea. Com uma massa quatro milhões de vezes a do Sol, Sagitário A* é um "monstro" responsável pelo redemoinho característico das estrelas da Via Láctea.

Como sua atração gravitacional o impede de sair para a luz, ele é invisível e, por décadas, foi impossível detectá-lo.

No início da década de 1990, os físicos Reinhard Genzel e Andrea Ghez usaram a mais recente tecnologia para explorar o centro da galáxia. Mesmo com os telescópios mais poderosos, os pesquisadores foram limitados pela distorção visual causada pela atmosfera da Terra.

Ambos desenvolveram então uma nova tecnologia, incluindo sensores de luz mais sensíveis, com uma resolução de imagem mil vezes maior. Assim, conseguiram monitorar 30 das estrelas mais brilhantes que estão perto do centro da Via Láctea.

Uma delas, a S2, completava sua órbita em menos de 16 anos, enquanto o Sol leva mais de 200 milhões de anos.

A velocidade com que esse grupo de estrelas se movia levou as equipes de ambos os pesquisadores a concluírem que um buraco negro supermassivo, Sagitário A*, estava no centro.


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