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Estado de Minas

O 'sprint' final na turbulenta corrida para a Casa Branca


05/10/2020 21:07

Já abalada por múltiplas crises, a corrida presidencial dos Estados unidos passa por mais turbulência após o contágio de Donald Trump por covid-19, que deixou a campanha em uma situação de incerteza sem precedentes, quatro semanas antes das eleições de 3 de novembro.

Diante disso, confira os diferentes aspectos sobre o andamento da disputa entre Trump e seu rival democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden, e uma perspectiva do que esperar nas próximas semanas, até o dia da eleição.

- Trump distante? -

Apesar de ter retornado à Casa Branca na noite desta segunda-feira, após três dias de internação, a incerteza tem cercado o estado de saúde do presidente de 74 anos. Seus médicos forneceram informações contraditórias e não explicaram completamente por que o presidente recebeu um coquetel experimental de anticorpos se seu progresso era satisfatório.

No entanto, um importante assessor do presidente havia dito nesta segunda "otimista" e o próprio Trump antecipou que deixaria o hospital militar Walter Reed no final da tarde para retornar à Casa Branca, o que de fato ocorreu.

Enquanto isso, uma coisa é certa: a infecção deixou Trump fora da campanha eleitoral em um momento crucial. Seus comícios barulhentos estão suspensos e Trump está se mantendo longe dos eleitores em estados decisivos, como a Flórida e a Pensilvânia, onde precisa vencer para ser reeleito.

- Biden, seguindo com cautela -

O confinamento de Trump não impede os planos de Biden, que fez uma pausa nas declarações anti-Trump por um dia, mas não interrompeu sua campanha presencial em estados-chave.

"Desde o início da pandemia, nossa campanha deu o exemplo e priorizou a saúde e a segurança de nossos apoiadores, nossa equipe e do público em tudo o que fazemos", disse o secretário de imprensa de Biden, TJ Ducklo, à AFP.

"Tomamos medidas extraordinárias para garantir que estamos fazendo campanha de forma segura", acrescentou.

Na segunda-feira, Biden, cujo exame para o coronavírus deu negativo várias vezes desde a sexta-feira, foi à Flórida para cortejar eleitores latinos em um distrito eleitoral decisivo.

Mais tarde, participará de um evento transmitido ao vivo pela televisão com perguntas do público. Na quinta-feira, chegará ao Arizona.

Biden tem sido meticuloso ao usar máscara em público, como os especialistas em saúde do governo recomendam aos americanos, ao contrário de Trump, que costuma evitar usá-la e até zomba de seu adversário.

- Debate sobre os debates -

Com Trump sintomático, o restante do calendário de debates é incerto, embora a Casa Branca não tenha feito nenhum anúncio.

Questionado se seria seguro para ele e Trump se enfrentarem na próxima semana, Biden, de 77 anos, respondeu: "Vou fazer o que disserem os especialistas". E acrescentou: "Acho que devemos ser muito cautelosos".

Após o primeiro debate em ambiente interno na última terça-feira em Cleveland, e as notícias de contágios que se seguiram, surgiram preocupações.

Questionou-se se os próximos encontros deveriam ser realizados ao ar livre, com máscaras obrigatórias, realizadas virtualmente ou canceladas por completo.

Um evento semelhante a um fórum público está programado para 15 de outubro em Miami, mas um presidente de 74 anos estará pronto para responder às perguntas dos eleitores por 90 minutos, menos de duas semanas após o anúncio de seu diagnóstico?

"Não vejo nenhuma razão para que ele não o faça e não há razão para atrasar os debates", disse o advogado de Trump, Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York, à emissora ABC. "Eles são extremamente valiosos (...) e acredito que ele fará tudo possível para conseguir participar", acrescentou.

Enquanto isso, as atenções estão voltadas para o debate vice-presidencial, agendado para quarta-feira em Utah, que, com Trump à margem, assume grande importância.

O vice-presidente Mike Pence e a companheira de chapa de Biden, Kamala Harris, testaram negativo para o coronavírus, e o confronto será a primeira oportunidade de ambos mostrarem suas habilidades.

- Pesquisas favoráveis a Biden -

A maioria das sondagens aponta para uma briga difícil para Trump, que está atrás nas pesquisas há vários meses. A média da pesquisa RealClearPolitics coloca Biden 8,3 pontos percentuais à frente.

A última grande pesquisa de intenções de voto, conduzida pela NBC News e o Wall Street Journal após o primeiro debate e antes do diagnóstico de Trump, mostra Biden liderando com 53%, em comparação com os 39% do presidente.

A corrida parece mais acirrada nos principais estados. Biden, porém, lidera em vários lugares decisivos que Trump venceu em 2016, incluindo Flórida (Biden subiu 2 pontos), Pensilvânia (6,5), Michigan (5,2), Wisconsin (5,5) e Ohio (1,2).

- Votação aberta -

Tendo em vista a adesão de muitos americanos ao voto por correspondência diante da pandemia, a votação antecipada explodiu, com mais de 3,5 milhões de votos, de acordo com o Projeto de Eleições dos EUA.

Portanto, mesmo que o diagnóstico de Trump incline os eleitores de uma forma ou de outra, para muitos será tarde demais.

As consequências eleitorais da doença de Trump permanecem obscuras, mas a "rebote de Boris" pode ser um sinal do que pode acontecer. A aprovação do primeiro-ministro britânico Boris Johnson disparou depois que ele contraiu a covid-19 e foi hospitalizado no início de abril.


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