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Estado de Minas

Hermès propõe 'reinventar a liberdade' na passarela parisiense


03/10/2020 20:25

A Hermès apresentou neste sábado (3), em Paris, uma coleção feminina que se propõe a "reinventar a liberdade", com costas nuas e "cropped", em um contexto de polêmica na França, causada pela revolta das estudantes secundaristas contra a "vestimenta correta exigida".

A empresa de luxo francesa, que se caracteriza por vestir uma mulher elegante, adepta de uma silhueta alinhada, celebrou, assim, o "reencontro com a sensualidade", segundo destacou a nota do desfile, praticamente o único realizado presencialmente no sexto dia da Semana da Moda.

O restante das marcas, como Altuzarra e Vivienne Westwood, convocaram seu público pela internet, devido à pandemia de covid-19, que deixou a capital da moda sem as celebridades habituais, nem o frenesi característico destas maratonas de desfiles.

O primeiro fez uma apresentação virtual, na qual abundaram os sutiãs usados como roupa para sair, e a segunda apostou em um formato mais original: o vídeo teve como protagonista a própria estilista britânica, que posou enquanto poemas eram declamados, assim como seu companheiro e diretor artístico da marca, Andreas Kronthaler.

Com máscaras e mantendo o distanciamento social exigido, o público no desfile da Hermès conferiu as propostas para a primavera-verão, na qual tops "cropped" viram peças indispensáveis para complementar terninhos compostos de blazer e short ou calça.

Na passarela, o umbigo fica aparente sob um terninho combinado com um casaco de pele, uma proposta menos chamativa do que os "crop tops", reivindicados pelas jovens estudantes francesas em meados de setembro durante um "flash mob" contra a "vestimenta correta exigida" nas salas de aulas.

Elas se mobilizaram vestindo minissaias e decotes para repudiar o regulamento da maioria das escolas de ensino médio sobre como os alunos devem se vestir para assistirem às aulas, ao qualificá-lo de sexista.

A "obsessão" da coleção da Hermès é a peça que desce pelo torso e se transforma em calça, deixando as costas nuas. "Uma segunda pele que respira e se afirma", diz a nota.

A 'maison' francesa apresentou, ainda, "armaduras", de ponto e couro, que deslizam sobre minivestidos justos, uma forma de proteger suas consumidoras da "vulnerabilidade" despertada pela crise da covid-19.

O conceito da "proteção" predomina nesta Semana da Moda. Kenzo, por exemplo, apresentou na quarta-feira uma coleção na qual chamou atenção a reinterpretação do traje de apicultor, um "eco à fragilidade e à distância imposta e necessária atual".

Maria Grazia Chiuri, diretora artística da Dior, também levou em conta "a necessidade das pessoas de se proteger" em tempos de covid.

A primeira Semana da Moda "figital", ou seja, que combina apresentações físicas e digitais, terminará na terça-feira, com destaque para a Chanel, que prevê celebrar um desfile com um público muito reduzido.


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