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Estado de Minas

Venezuela denuncia 'provocação' de navio americano enquanto recebe gasolina do Irã


01/10/2020 23:01

A Venezuela denunciou nesta quinta-feira que um navio de guerra americano se aproximou a 16,1 milhas náuticas (cerca de 30 km) de sua costa, o que chamou de "provocação", no momento em que o país caribenho recebe carregamentos de gasolina do Irã para suprir uma grave escassez.

"É um ato de provocação. Sabemos que estamos recebendo o apoio solidário do combustível da república do Irã", declarou o ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir López, na emissora estatal VTV.

"O navio USS William P. Lawrence realizou uma operação de liberdade de navegação para desafiar a reivindicação marítima excessiva da Venezuela em águas internacionais", informou à AFP um porta-voz do Comando Sul dos Estados Unidos, que dirige as operações militares americanas no Caribe e nas Américas Central e do Sul. "Realizamos operações de liberdade de navegação de forma rotineira e pacífica em nível mundial, de acordo com o direito internacional."

Antes, em comunicado divulgado pelo chanceler Jorge Arreaza, o governo venezuelano acusou o Comando Sul de "intenções intimidatórias", assinalando que o navio de guerra foi mobilizado "na Zona Contígua venezuelana, a 16,1 milhas náuticas da costa. Trata-se de um ato deliberado de provocação, bastante errático e infantil", criticou o chanceler.

A Zona Contígua se estende a até 24 milhas náuticas (44 km) da costa de um país, que, segundo a ONU, tem jurisdição em matéria alfandegária, fiscal, migratória e sanitária dentro dessa área. Segundo Caracas, a tripulação do navio americano alegou que realizava "operações de patrulha contra o narcotráfico".

A Venezuela denuncia com frequência a presença de embarcações militares americanas nos arredores de sua costa. "Dizemos aos Estados Unidos que estamos dispostos a defender nossa soberania. Vocês podem navegar pela nossa Zona Contígua, o que não podem fazer são operações militares", expressou o general López.

- 'Controle excessivo' -

Washington não comentou a queixa de Caracas. Segundo o comunicado do Comando Sul, "o regime ilegítimo de Maduro reclama indevidamente um controle excessivo sobre essas águas internacionais, que se estendem 3 milhas náuticas além do mar territorial de 12 milhas náuticas, uma afirmação incompatível com o direito internacional".

O Comando assinalou que o acesso global a águas internacionais "garante que a Marinha americana possa cumprir missões-chave", entre as quais assistência humanitária, socorro em casos de desastre, combate ao narcotráfico e exercícios multinacionais.

Os Estados Unidos mobilizaram embarcações da Marinha e da Guarda Costeira como parte de uma ampla operação contra o tráfico de drogas no Caribe anunciada no começo de abril pelo presidente Donald Trump.

O aumento da tensão coincide com a chegada à Venezuela esta semana, segundo dados do site Marine Traffic, de dois navios do Irã carregados de gasolina. Teerã e Caracas estreitaram sua relação em meio às sanções financeiras impostas por Washington.


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