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Estado de Minas

Tribunal russo condena historiador especialista em Gulag a 13 anos de prisão


29/09/2020 17:25

O historiador russo Yuri Dmitriev, conhecido por suas investigações sobre os desaparecidos durante o regime de terror stalinista, foi condenado a 13 anos de prisão em um campo de regime severo por agressão sexual a menor de idade, anunciou a Suprema Corte do Noroeste da Carélia na terça-feira.

Este historiador de 64 anos, que realizou investigações com a organização Memorial para encontrar túmulos com os restos mortais das vítimas do regime stalinista, foi preso em 2016 depois de ser acusado de tirar fotos pornográficas de sua filha adotiva.

Dmitriev, que nega as acusações, afirma que tirou fotos para acompanhar o crescimento da filha. Ele foi absolvido em 2018.

No entanto, um órgão superior rejeitou este veredicto e ele teve que comparecer novamente ao tribunal, para novas acusações mais graves de violência sexual contra um menor de idade.

Dmitriev foi condenado em julho a três anos e meio de prisão, uma sentença que já cumpriu em grande parte durante sua prisão provisória. Mas a promotoria apelou dessa sentença e exigiu uma pena mais severa.

Dmitriev, por sua vez, interpôs recurso para anular as acusações contra ele. A Suprema Corte da Carélia impôs uma pena mais severa nesta terça-feira, anulando a anterior.

"Dmitriev foi considerado culpado de ter cometido um crime punível com 13 anos de detenção em um campo de regime severo", segundo a decisão.

Para seus partidários, o historiador está sendo perseguido por seu trabalho sobre questões delicadas, contrário ao discurso oficial de reabilitação do período soviético.

Para a organização do Memorial, "é claro que o veredicto não se baseia na lei, que esse veredicto tem motivação política".

Por cerca de 30 anos, Yuri Dmitriev elaborou a lista de 40.000 nomes de pessoas executadas e deportadas na Carélia durante o terror do regime de Stalin.

Ele também foi o descobridor de uma das maiores sepulturas da região, em Sandarmoj, que continha os restos mortais de 7.000 a 9.000 pessoas executadas naquela época.


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