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Estado de Minas

Cinco civis iraquianos morrem em novo ataque contra interesses dos EUA


28/09/2020 18:18

Três crianças e duas mulheres da mesma família morreram nesta segunda-feira (28) depois que um foguete atingiu sua casa no Iraque, um número inédito em um país onde esses ataques são quase diários. O disparo tinha como alvo o Aeroporto de Bagdá, onde soldados americanos estão posicionados.

O ataque não foi reivindicado. No entanto, grupos desconhecidos que surgiram recentemente - os especialistas acreditam que eles servem de disfarce para facções pró-Irã - frequentemente afirmam que disparam foguetes para expulsar o "ocupante americano" do Iraque.

Essa quantidade de vítimas civis, por outro lado, coloca esses grupos em uma posição incômoda diante de uma opinião pública esgotada por anos de violência e extorsão por parte das diversas facções armadas do país.

O novo ataque contra os interesses dos Estados Unidos, o último de uma longa série desde o início de agosto, em particular, ocorre depois que os EUA ameaçaram fechar sua embaixada e retirar seus 3 mil soldados do Iraque se os disparos não cessassem.

Esses ataques, que começaram em outubro de 2019, causam vítimas esporádicas. Um soldado britânico e um americano foram mortos, assim como um subcontratado americano e um soldado e subcontratado iraquiano. Da mesma forma, civis foram feridos quando foguetes atingiram suas casas.

Entretanto, é a primeira vez que tantos civis morrem em um atentado do tipo, no qual, segundo o Exército, outras duas crianças também ficaram feridas.

O Exército iraquiano culpou "bandos criminosos e bandos ilegais" que buscam "criar o caos e aterrorizar o povo" em um comunicado divulgado na tarde de segunda-feira.

De outubro ao fim de julho, houve 39 ataques contra os interesses dos Estados Unidos. Há um ano, autoridades americanas consideraram os grupos armados pró-Irã mais perigosos do que os jihadistas do Estado Islâmico, que por um tempo ocupou um terço do Iraque.

- Pressão de Washington -

Washington insiste que Bagdá aja contra esses grupos. O Iraque, porém, também deve lutar contra seu grande vizinho iraniano, um ferrenho inimigo dos Estados Unidos que arma, financia e apoia várias facções xiitas armadas.

O ultimato dos EUA, acompanhado da ameaça de sanções contra personalidades políticas e militares iraquianas, gerou, esta semana, uma série de comunicados com o objetivo de acalmar a situação.

O influente líder xiita Moqtada Sadr pediu "a criação de uma comissão de segurança, militar e parlamentar para investigar" o lançamento de foguetes. Uma proposta acatada imediatamente pelo primeiro-ministro Mustafa al Kazimi, a quem as autoridades americanas acusam de não fazer o suficiente contra os grupos pró-Irã.

Outro fato significativo é que o Hashd al Shaabi, uma coalizão paramilitar pró-Irã agora integrada ao estado, afastou vários comandantes acusados de estarem ligados a ataques contra os ocidentais. Além disso, rejeitou qualquer responsabilidade pelos atos de "partes que afirmam pertencer a ele" para "realizar atos militares ilegais contra interesses estrangeiros".

Embora as forças pró-Irã mais moderadas sigam a linha governamental, as mais radicais continuam a usar a retórica da guerra. Isso porque "se Washington se retirar, esses grupos poderão se gabar de ter expulsado os americanos do Iraque a baixo custo", disse um diplomata ocidental à AFP sob anonimato.

Uma retirada também seria um duro golpe para Kazimi, que já luta para votar a lei eleitoral e o orçamento e não tem partido nem base popular.

Enquanto isso, os manifestantes antigovernamentais no Iraque celebram na quinta-feira o primeiro aniversário de uma revolta sem precedentes, que levou à renúncia do governo anterior.


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