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Estado de Minas

Executiva da Huawei acusará EUA de enganar Canadá em caso de extradição


28/09/2020 17:43

A executiva da empresa chinesa Huawei, Meng Wanzhou, e seus advogados voltaram a um tribunal canadense nesta segunda-feira para exigir sua libertação, argumentando que os Estados Unidos enganaram o Canadá sobre seus supostos crimes para garantir sua detenção em solo estrangeiro.

A diretora financeira da gigante chinesa de telecomunicações foi presa em dezembro de 2018 durante uma escala em Vancouver, a pedido dos Estados Unidos, que a acusa de contornar as sanções americanas contra o Irã.

Para os seus advogados, as bases das acusações americanas são falsas e carecem de contexto, o que, segundo eles, justificaria o abandono do processo de extradição.

O caso aumentou a tensão nas relações entre a China e os Estados Unidos e criou uma crise diplomática sem precedentes entre Canadá e Pequim.

Nove dias após a prisão de Meng, a China deteve o ex-diplomata canadense Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor no que é visto como uma retaliação por sua prisão.

As acusações de espionagem foram feitas contra os dois em junho, logo após o primeiro revés legal de Meng, quando sua tentativa de encerrar o caso foi derrotada.

- Conspiração -

A defesa também acusou as autoridades norte-americanas e canadenses de terem conspirado para reunir provas e interrogar Meng sem advogado nas horas depois que ela desembarcou de um voo para Hong Kong, mas antes de ser acusada, em violação de seus direitos.

Os advogados solicitaram em audiências anteriores o acesso aos documentos dos serviços secretos sobre a prisão, que a justiça canadense se recusou a fornecer.

O procurador do governo canadense, Robert Frater, disse em junho que o procurador-geral do país não aceita que tenha havido uma conspiração para privar Meng de seus direitos.

"Não aceitamos que tenha havido qualquer violação dos direitos de Meng", disse.

Apesar das interrupções dos julgamentos n Suprema Corte canadense pelo surto do covid-19, o caso de Meng avançou por teleconferência, embora em um ritmo lento.

A executiva da Huawei compareceu nesta segunda-feira pessoalmente pela primeira vez em meses, usando uma máscara para obedecer às regras de saúde pública.

- O caso Meng -

Washington acusa Meng de mentir para o banco britânico HSBC sobre a relação entre a Huawei e a Skycom, subsidiária que vendia equipamentos de telecomunicações para o Irã, expondo o banco a uma possível violação das sanções americanas contra Teerã.

Meng sempre negou essas acusações, mas o Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirma que a Skycom, registrada em Hong Kong, serviu de fachada para a Huawei.

As autoridades americanas detalham que os funcionários da Skycom tinham endereços de e-mail e crachás da Huawei, e que a liderança da Skycom era exercida por funcionários da Huawei, incluindo Meng, que admitiu já ter integrado seu conselho.

A Huawei tinha participação na Skycom, mas vendeu suas ações para outra empresa que, segundo os Estados Unidos, também era controlada pela Huawei.

Os Estados Unidos alegam que Meng ocultou fraudulentamente tudo isso do banco britânico HSBC, colocando-o em risco de violar as sanções contra o Irã sem saber.

A filha de 48 anos do fundador da Huawei, Ren Zhengfei, disse que a Skycom era simplesmente uma "parceira de negócios" no Irã e que as negociações da Huawei lá não violavam os padrões globais ou a lei dos EUA.

A empresa alegou que essas e outras acusações feitas em fevereiro, que acusam a Huawei de roubar tecnologia de empresas americanas, são "infundadas".

As autoridades americanas dizem que a Huawei é um risco por causa de seus laços com o governo chinês, enquanto Pequim acusou Washington de querer esmagar a Huawei.

Meng permanece em prisão domiciliar em Vancouver enquanto o caso de extradição é julgado, que deve ser concluído em março ou abril de 2021.


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