As autoridades de Hong Kong proibiram nesta segunda-feira um grupo pró-democracia de realizar uma manifestação no Dia Nacional da China, mais uma recusa na cidade semi-autônoma, onde os protestos foram praticamente proibidos.
A República Popular da China marca sua fundação em 1º de outubro com um feriado e celebrações cuidadosamente coreografadas, mas em Hong Kong tornou-se um dia de reivindicações daqueles que estão preocupados com o crescente controle autoritário de Pequim sobre a ex-colônia britânica.
No ano passado, no 70º aniversário da fundação, ocorreu um dos mais duros confrontos entre os manifestantes e a polícia em sete meses consecutivos de manifestações pró-democracia que tomaram Hong Kong.
"A polícia rejeitou a manifestação por razões de saúde pública, segurança e proteção das liberdades e direitos das pessoas", disse o superintendente Cheung Chi-wai a repórteres nesta segunda-feira.
O pedido para realizar a manifestação foi feito pela Frente de Direitos Humanos Civis (CHRF), um grupo de coalizão que organizou marchas em prol da democracia que quebraram recordes no ano passado, inclusive pedindo a libertação de 12 cidadãos de Hong Kong da custódia policial na China continental.
Eles haviam tentado fugir para Taiwan de barco, mas foram interceptados pela guarda costeira chinesa e desde então desapareceram no opaco sistema judicial do gigante asiático.
A polícia de Hong Kong enviará pelo menos 3.000 policiais para evitar qualquer protesto, disse à AFP uma fonte policial sob anonimato.
Em fóruns de mensagens de mídia social usados por manifestantes no ano passado, muitos sugeriram recentemente a realização de protestos noturnos em toda a cidade se a marcha oficial fosse proibida, mas não está claro se essas reuniões irão se materializar.
Neste ano, os protestos têm sido quase impossíveis em Hong Kong. As medidas contra covid-19 tiveram um impacto importante nesta situação.