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Estado de Minas

Policial é acusado da morte de Breonna Taylor em tiroteio nos EUA


23/09/2020 18:07

Uma juíza de Kentucky indiciou um policial, nesta quarta-feira (23), com acusações criminais, pelo caso de Breonna Taylor, uma americana negra que morreu baleada em sua casa em março durante uma intervenção, que foi denunciada nas manifestações contra o racismo nos Estados Unidos.

A juíza Annie O'Connell anunciou as acusações por "conduta perigosa" ao próximo contra Brett Hankison, um dos três policiais envolvidos no tiroteio. Essa acusação é menos grave do que uma acusação de homicídio.

O caso de Taylor foi especialmente lembrado durante a onda de protestos contra a violência policial e o racismo que abalou os Estados Unidos depois da morte de George Floyd em 25 de maio - um americano negro que morreu asfixiado por um policial branco em Minneapolis.

A juíza determinou a prisão do policial e estabeleceu uma fiança de 15.000 dólares. O policial foi demitido em junho, assim como os outros dois que o acompanhavam.

Taylor, uma enfermeira de 26 anos, morreu em sua própria casa na noite de 13 de março, quando os policiais entraram com um mandado especial, vestidos à paisana. Seu namorado atirou contra eles porque, segundo ele, pensou que eram ladrões. Os policiais, que não estavam com a câmera reguladora ativada, dispararam várias vezes contra Taylor.

O namorado de Taylor garantiu que ele confundiu os policiais com ladrões, mas os policiais afirmaram ter anunciado sua presença antes de entrar, uma versão confirmada por uma testemunha, de acordo com o promotor estadual de Kentucky Daniel Cameron.

Hankison disparou 10 balas, várias das quais atingiram o apartamento ao lado, "colocando três pessoas naquele andar sob grave perigo de ferimento ou morte", explicou Cameron. Seus dois parceiros, Jonathan Mattingly e Myles Cosgrove, foram liberados porque o tribunal considerou que eles abriram fogo por legítima defesa.

- "Escandaloso" -

O advogado da família Taylor, Ben Crup, expressou sua indignação pelas acusações, destacando que elas se devem ao fato de as balas terem chegado a outros apartamentos, mas não estão relacionadas com a morte de Taylor. "Isso é escandaloso e ofensivo!", disse no Twitter.

Esta decisão é "uma negação grosseira de justiça", comentou a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP). A influente organização de direitos civis ACLU denunciou, por sua vez, "forças da segurança e uma justiça criminal podres por dentro".

A morte de Taylor não chamou muita atenção midiática no momento, mas o caso ganhou notoriedade após as manifestações em massa contra o racismo.

Na semana passada, a família da vítima chegou a um acordo civil com a cidade de Louisville para receber uma indenização de 12 milhões de dólares.

A cidade de 600 mil habitantes está sob estado de emergência e a maior parte do centro está restrita ao tráfego pelo receio de protestos por conta da decisão judicial.

"Sei que as acusações anunciadas hoje não irão satisfazer a todos", admitiu o promotor Cameron, que confessou ter tido "uma conversa difícil" com a família de Taylor.

Cameron pediu àqueles que foram às ruas para "lembrarem que marchas pacíficas" são seu "direito como cidadãos americanos", mas que "violência e destruição" não são. "Buscar justiça com violência não rende justiça, e sim vingança", disse ele.


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