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Estado de Minas

Sanders e dezenas de congressistas de EUA exigem avaliação da função da OEA na Bolívia


22/09/2020 19:01

O senador Bernie Sanders e vários congressistas americanos exigiram nesta terça-feira (22) do Departamento de Estado que o trabalho de observação eleitoral da OEA na Bolívia seja avaliado de forma independente, após a polêmica sobre o papel da organização nas eleições anuladas de 2019.

"Estamos muito preocupados com a falta de prestação de contas e transparência quanto ao papel da Organização dos Estados Americanos (OEA) nas eleições do ano passado e na crise política na Bolívia", indicaram os parlamentares democratas em documento.

As eleições de 20 de outubro foram anuladas depois que a OEA denunciou uma "manipulação" a favor do ex-presidente Evo Morales, que renunciou diante de uma onda de protestos e após pressões das Forças Armadas.

Os parlamentares destacaram uma reportagem do jornal The New York Times de junho e um estudo da Universidade da Pensilvânia e de Tulane que indica que a tendência registrada na Bolívia pode ser explicada sem fraude.

Consta no centro do debate a paralisação de uma apuração preliminar na noite das eleições e sua retomada um dia depois, com um aumento considerável da vantagem de Morales, que buscava ser reeleito para um quarto mandato.

A Missão de Observação Eleitoral (MOE) expressou preocupação com a mudança da tendência apurada, que descreveu como "drástica" e "difícil de explicar".

Segundo pesquisadores da universidade, a ruralidade e as regiões explicam a maior parte dessa tendência, e o que se apresentou como indício de irregularidades foi, na verdade, um "erro de análise".

A secretaria-geral do órgão regional respondeu então denunciando "uma campanha maliciosa de desinformação contra a OEA, com evidentes objetivos políticos".

Como o órgão regional foi convidado a monitorar as eleições presidenciais de 18 de outubro na Bolívia, os congressistas pediram ao governo que "usasse sua voz na OEA para defender uma avaliação completa e independente dos relatórios sobre as eleições de 2019".

Eles também observaram que o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, foi "rápido em reconhecer o governo" de Jeanine Añez, mas manteve silêncio sobre a "deterioração da situação dos direitos humanos e a perseguição política aos oponentes".

No início de setembro, a organização HRW (Humans Rights Watch) denunciou que o governo interino de Áñez usa o sistema de justiça boliviano para perseguir colaboradores e apoiadores de Morales.

Áñez, que atuou como segunda vice-presidente do Senado, tornou-se a presidência interina do país após a renúncia do vice-presidente de Morales, Álvaro García Linera, da então chefe do Senado Adriana Salvatierra e do chefe da Câmara dos Deputados, Víctor Borda.

Foi legitimada em funções pelo Tribunal Constitucional de forma interina, com a missão de convocar eleições.


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