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Estado de Minas

Bolsonaro denuncia na ONU campanha de desinformação sobre Amazônia


22/09/2020 15:26

O presidente Jair Bolsonaro garantiu nesta terça-feira (22), em seu pronunciamento na abertura da 75a sessão da Assembleia Geral da ONU, que o Brasil "é vítima de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal", regiões atualmente devastadas por incêndios.

"A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil", disse Bolsonaro em um discurso virtual pré-gravado em razão da pandemia de coronavírus.

O presidente afirmou que grande parte dos incêndios que assolam a floresta amazônica e o Pantanal não têm origem criminosa e os atribuiu às queimadas que segundo ele são praticadas por indígenas e pequenos agricultores.

"Os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam os seus roçados em busca de sua sobrevivência em áreas já desmatadas", disse.

Ele fez particular referência à campanha "Defundbolsonaro.org", lançada no início deste mês por várias ONGs, pedindo que qualquer investimento no Brasil seja vinculado a compromissos firmes para a preservação da Amazônia.

O presidente Bolsonaro afirmou que, "apesar da crise mundial, a produção rural não parou. O homem do campo trabalhou como nunca, produziu, como sempre, alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas. O Brasil contribuiu para que o mundo continuasse alimentado".

"Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e agricultura. Números que nenhum outro país possui", garantiu.

Ambientalistas e defensores dos direitos humanos, que consideram os indígenas vítimas dos incêndios provocados por madeireiros e grandes fazendeiros e pecuaristas, não esperaram por sua resposta.

Entre janeiro e agosto, a área desmatada na Amazônia Legal foi de 6.086 km2, uma redução de apenas 5% em relação a 2019, um ano que já havia tido recorde em desmatamento, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Na maior floresta tropical do planeta, foram registrados 71.673 focos de incêndio, um aumento de 12% em relação a 2019.

Os focos do Pantanal, a maior área alagável do planeta, que vive a pior seca dos últimos 47 anos, chegaram a 16.119, um aumento de 185% em relação ao ano anterior.

Em nota, a organização Observatório do Clima comentou sobre o discurso do presidente.

"Ao arrasar a imagem internacional do Brasil como está arrasando nossos biomas, Bolsonaro prova que seu patriotismo sempre foi de fachada", ressaltou Marcio Astrini, secretário-executivo da organização.

Segundo Astrini, Bolsonaro "acusou um conluio inexistente entre ONGs e potências estrangeiras contra o país, mas, ao negar a realidade e não apresentar nenhum plano para os problemas que enfrentamos, é Bolsonaro quem ameaça nossa economia".

- "Ditadura" venezuelana -

Em seu segundo discurso na ONU, Bolsonaro mais uma vez qualificou o governo de Nicolás Maduro na Venezuela como uma "ditadura".

Ele mencionou a Venezuela para lembrar do derramamento de óleo que em agosto de 2019, que afetou nove estados do Nordeste brasileiro.

"Em 2019, o Brasil foi vítima de um criminoso derramamento de óleo venezuelano, vendido sem controle, acarretando severos danos ao meio ambiente e sérios prejuízos nas atividades de pesca e turismo", disse Bolsonaro, apesar de em agosto a Marinha do Brasil ter concluído primeira fase das investigações sem identificar culpados ou a origem do derramamento.

Referindo-se à pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro defendeu sua gestão e, com tom semelhante ao usado para se referir à questão ambiental, afirmou que "parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus".


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