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Estado de Minas

Bancos afundam no mercado financeiro após investigação sobre lavagem de dinheiro


21/09/2020 19:55

HSBC, Deutsche Bank, ING... Grandes nomes das finanças sofriam perdas nesta segunda-feira nas Bolsas de Valores, após as revelações de um consórcio de jornalistas que acusam esses gigantes bancários de terem permitido lavagem de dinheiro sujo em grande escala.

Em Wall Street, o gigante JPMorgan Chase caiu 3,09%, além de, respectivamente, Wells Fargo e Citigroup com queda de 4,34% e 2,07%.

Em Frankfurt, o Deutsche Bank fechou o dia com queda de 8,76%, enquanto o Standard Chartered caiu 5,82% em Londres.

Em Hong Kong, a ação do HSBC atingiu o menor nível em 25 anos, fechando em queda de 5,33%, a HKD 29,30. Além do fato de que o grupo foi citado pela investigação do consórcio de jornalistas, pode enfrentar sanções de Pequim como parte das medidas retaliatórias contra certos países estrangeiros.

Também citado no caso, o banco ING perdeu 9,27% em Amsterdã. De acordo com relatos da imprensa holandesa, a filial do banco na Polônia ajuda clientes a enviar fundos suspeitos para fora da Rússia há anos.

Na Bolsa de Paris, o banco Société Générale perdeu 7,66%. Também alvo da investigação, a instituição é acusada de falta de transparência frente a determinados clientes em sua filial suíça, SGPB.

Em pesquisa realizada por 108 meios de comunicação internacionais de 88 países, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), denuncia as deficiências na regulamentação do setor.

- Dinheiro sujo -

"Os lucros das guerras assassinas das drogas, fortunas desviadas dos países em desenvolvimento e economias arduamente conquistadas roubadas em esquemas de pirâmide puderam entrar e sair dessas instituições financeiras, apesar dos avisos dos próprios funcionários dos bancos", detalha a investigação.

A investigação é baseada em milhares de "relatórios de atividades suspeitas" (SARs) entregues à polícia financeira do Tesouro dos Estados Unidos, FinCen, por bancos em todo o mundo, mas "mantidos fora da vista do público".

De acordo com o ICIJ, quantias astronômicas de dinheiro sujo passaram pelos maiores bancos do mundo durante anos.

Esses documentos referem-se a 2 trilhões de dólares em transações, entre 1999 e 2017. Seria dinheiro oriundo de drogas e atos criminosos ou mesmo de fortunas desviadas de países em desenvolvimento.

A investigação aponta em particular para cinco grandes bancos - JPMorgan Chase, HSBC, Standard Chartered, Deutsche Bank e Bank of New York Mellon - acusados de terem continuado a transitar dinheiro de criminosos, mesmo depois de terem sido processados ou condenados por má conduta financeira.

As reportagens sobre atividades suspeitas, nas quais os jornalistas do consórcio se basearam, "não são declarações de crime ou fraude, mas alertam sobre potenciais casos de crimes econômicos", explica o UKFinance, lobby financeiro britânico, em comunicado enviado à AFP.

"Trata-se apenas de um relatório enviado às autoridades tutelares. (...) Atividades complementares podem ocorrer e não levantar qualquer suspeita ou, ao contrário, confirmar a suspeita originária. (...) As autoridades tutelares também podem solicitar a uma instituição financeira manter o relacionamento com determinado cliente para permitir investigações mais aprofundadas", destaca o UKFinance.

- Defesa -

O HSBC se defendeu respondendo aos repórteres que sempre cumpriu com suas obrigações legais ao relatar atividades suspeitas. Em nota, apresentou as acusações do ICIJ como antigas e anteriores a um acordo firmado sobre o assunto em 2012 com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

O banco diz que desde então revisou sua capacidade de combater o crime financeiro em mais de 60 jurisdições, apresentando-se como "uma instituição muito mais segura do que era em 2012".

Em comunicado, o Deutsche Bank assegurou que as revelações do Consórcio eram de fato informações "bem conhecidas" por seus reguladores e disse que "dedicou recursos significativos para fortalecer seus controles que está sendo extremamente cuidadoso para cumprir (suas) responsabilidades e (suas) obrigações".

O ING, por sua vez, afirmou que cessou a sua relação em 2018 com uma das empresas incriminadas por ter colaborado com a sua filial polonesa e que se preparava para o fazer com a segunda.

O impacto desta publicação também ecoou na França. O Société Générale declarou em comunicado recebido pela AFP que "cumpre estritamente todas as normas dos países onde está estabelecida. (...) Todos os casos suspeitos que detecta são, portanto, declarados sistematicamente às autoridades competentes, essas declarações incluem todos os elementos que o banco tem condições de comunicar de acordo com a regulamentação local".


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