O Emmy Awards, que premia os melhores da televisão, começou neste domingo em formato virtual, inédito neste tipo de cerimônia.
"Bem-vindos aos pandemmyes", cumprimentou o apresentador Jimmy Kimmel, em frente a um teatro lotado, que logo depois se revelou se tratar de uma montagem de transmissões anteriores. De forma irreverente, a plateia foi substituída por imagens de papelão dos artistas.
"Não é que o que está acontecendo esta noite não seja importante. Não vai deter a covid nem apagar os incêndios, mas é divertido e precisamos nos divertir", continuou Kimmel.
"Este foi um ano miserável. Foi um ano de divisão, injustiça, doença, aulas de Zoom, desastre e morte. Fomos colocados em quarentena e trancados. O que encontramos naquele túnel escuro e solitário? Encontramos um amigo que está lá para nós 24 horas por dia, nosso velho amigo, a televisão".
Kimmel foi acompanhado por algumas estrelas, como Jennifer Aniston, que apresentou o primeiro prêmio: melhor atriz de comédia.
Antes de anunciar o vencedor, Kimmel encharcou o envelope com álcool e até queimou um pouco antes de anunciar o vencedor: Catherine O'Hara, do canadense "Schitt's Creek" sobre uma família rica forçada a morar em um motel.
"Obrigado pela oportunidade de interpretar uma mulher de 'certa idade' na minha idade", disse O'Hara ao receber o prêmio.
- "Faça um esforço" -
O Emmy será um experimento perfeito rumo à temporada de premiações de 2021 de Hollywood, que já foi adiada por alguns meses em função da covid-19. Na Califórnia, a doença deixou cerca de 15.000 mortos até agora.
Equipes de filmagem acompanharão 138 estrelas, em 114 locais diferentes em dez países: um desafio para essas cerimônias que são transmitidas ao vivo.
Kimmel cumprimentou um telão repleto de famosos.
Sem tapete vermelho, a produção disse aos indicados: "Venham como quiserem, mas façam um esforço", segundo carta publicada pela revista especializada "Variety".
- Racismo nos EUA -
Independentemente do resultado, a edição 2020 do Emmy será uma sacudida obrigatória e, para muitos, necessária, no formato das cerimônias de premiação. A cada ano, esses eventos perdem mais audiência.
Capturando o espírito de protesto deste ano, a minissérie da HBO "Watchmen" lidera a lista de indicações, com 26.
A assombrosa adaptação da história em quadrinhos aborda o racismo histórico da América, bem como a violência policial e até mesmo o uso de máscaras.
Em cerimônia pré-Emmy, que premia categorias técnicas, "Watchman" já ganhou sete estatuetas, entre fotografia, mixagem de som e figurino.
A série de Star Wars "The Mandelorian" também parte com sete Emmys nessas categorias técnicas - as primeiras para o novíssimo Disney+.
Das mais de 100 indicações para atuação neste ano, mais de um terço foi para atores negros, um novo recorde.
A noite também homenageará a carreira de Tyler Perry, o magnata negro do entretenimento que gerou maior diversidade em Hollywood e que, este ano, pagou as despesas do enterro de afro-americanos vítimas da violência policial, como George Floyd.
A expectativa é que a luta contra o racismo tenha um lugar de destaque neste Emmy, assim como o legado da juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg, que faleceu na sexta-feira (18), aos 87 anos.
Também é provável que muitos aproveitem o evento para pedir o voto contra Donald Trump nas eleições de 3 de novembro.