Jornal Estado de Minas

Barrick Gold não vai apelar de decisão judicial que fechou sua mina de ouro

A Barrick Gold, uma das maiores mineradoras de ouro do mundo, anunciou nesta sexta-feira (18) que não apelará da decisão do tribunal chileno que encerrou seu projeto Pascua Lama na fronteira norte entre o Chile e a Argentina por danos ambientais.

A mineradora canadense acatou na quinta-feira a decisão judicial que confirmou o fechamento total e definitivo do projeto, ordenado em 2018 pela Superintendência do Meio Ambiente.





O órgão regulador chileno emitiu cinco autuações por danos ambientais na área onde seria instalada a mina, cerca de 4,5 mil metros acima do nível do mar na região do Atacama, na fronteira com a Argentina, em uma área de geleiras.

Segundo comunicado publicado no site da Barrick Gold, a "decisão marcou o fim da linha de um processo legal iniciado em 2013, que a empresa não vai apelar".

De acordo com as autoridades chilenas, Pascua Lama violou 33 regulamentações ambientais, causou danos a espécies da flora e fauna nativas, fez um monitoramento incompleto das geleiras e despejou águas ácidas em um rio próximo que abastecia as comunidades indígenas diaguitas.

"A decisão do Tribunal Ambiental reconhece que nenhuma das violações que levaram à ordem de encerramento causou danos irreparáveis", disse ainda a nota da mineradora.

Pascua Lama, que gerou muitos receios no Chile e na Argentina, seria a maior jazida de ouro e prata a céu aberto do mundo, com um investimento de 8,5 bilhões de dólares, e deveria estar em operação desde 2014. Esperava-se a mina produzisse mais de 615 mil onças de ouro e 18,2 milhões de prata.

Apesar do encerramento, Marcelo Álvarez, diretor executivo da Barrick nos dois países sul-americanos, afirmou que Pascua Lama continua sendo um projeto importante e que estão em andamento trabalhos para reavaliar seu potencial.

"A Barrick vê um grande potencial em uma região que sempre incentivou o desenvolvimento de projetos sustentáveis de mineração", acrescentou.

O projeto estava suspenso desde 2013, após a superintendência considerar insuficientes as obras realizadas pela Barrick Gold para proteção dos cursos d'água ao redor da jazida, retirando assim sua licença ambiental.