Jornal Estado de Minas

H&M rompe com fornecedor chinês por acusações de "trabalho forçado"

A gigante sueca da moda H&M anunciou nesta terça-feira (15) que estava rompendo relações com um produtor chinês por alegações de "trabalho forçado" envolvendo a minoria uigur na província chinesa de Xinjiang.

A empresa disse que não trabalharia com nenhum fabricante de roupas da região e que eles não comprariam mais algodão de Xinjiang (noroeste), que é a maior área de produção do material na China.





Um relatório do Instituto Australiano de Polícia Estratégica (ASPI), publicado em março, apontou a H&M como uma das beneficiárias do programa de trabalho forçado por meio de seu relacionamento com a fabricante de fios tingidos Huafu, que possui uma fábrica na província de Anhui (leste da China).

A H&M disse em um comunicado que não tinha nenhuma relação com a fábrica de Anhui, nem com as operações da Huafu em Xinjiang.

Mesmo assim, o grupo sueco reconheceu que tinha uma "relação comercial indireta com uma fábrica" localizada em Shangyu, na província de Zhejiang (sul), que pertence à Huafu Fashion.

"Embora não haja nenhum sinal de trabalho forçado nesta fábrica de Shangyu, na espera de ter mais informações sobre essas acusações de trabalho forçado, decidimos encerrar este relacionamento comercial com Huafu Fashion Co, independentemente da situação e da especialidade, nos próximos 12 meses", acrescentou.

O grupo afirma que fará "uma investigação em todas as fábricas de roupas com as quais trabalha na China".

Os uigures, minoria muçulmana que fala turco, constituem o principal grupo étnico de Xinjiang, uma imensa região que faz fronteira com o Afeganistão e o Paquistão.

Os países ocidentais e várias organizações internacionais acusam Pequim de perpetrar uma perseguição em grande escala contra os uigures e de ter internado arbitrariamente mais de um milhão de muçulmanos de Xinjiang em campos de reeducação.