Um tribunal de apelações dos EUA decidiu nesta sexta-feira (11) que centenas de milhares de ex-presidiários não poderão votar na Flórida a menos que paguem as multas e tarifas que devem a esse estado, em decisão que pode afetar o resultado das eleições de novembro.
Com seis votos a favor e quatro contra, o tribunal de apelações de Atlanta decidiu que "o esquema que concede o direito de voto a ex-condenados da Flórida é constitucional", segundo documentos do tribunal.
Esse esquema, que foi declarado inconstitucional por um juiz federal na Flórida, exige que os ex-condenados paguem todas as suas multas e dívidas em tribunais - cifras que podem chegar a vários milhares de dólares - antes de se registrar para votar.
O juiz William Pryor, que chefiou o tribunal de apelações, explicou que os ex-condenados têm outras alternativas para recuperar seu direito de voto na Flórida, como obter clemência ou transformar suas dívidas em serviço comunitário.
Esta decisão é uma vitória para o governador republicano Ron DeSantis, um defensor leal do presidente Donald Trump, e que assinou a lei que impõe tais restrições aos ex-condenados.
Os chamados "cidadãos retornados" representam um potencial grupo eleitoral de 1,4 milhão de residentes, em um estado com 14 milhões de eleitores, majoritariamente negro, latino e sem recursos financeiros para pagar essas dívidas.