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Estado de Minas

EUA reduzem presença no Iraque, cumprindo promessa de Trump


09/09/2020 19:25

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira uma nova redução de suas forças militares no Iraque, uma decisão que vai ao encontro da promessa do presidente Donald Trump, que concorre à reeleição nas eleições de novembro, de encerrar as "guerras intermináveis" americanas no mundo.

"Os Estados Unidos decidiram reduzir sua presença militar no Iraque de aproximadamente 5.200 para 3.000 durante o mês de setembro", disse o general Kenneth McKenzie, chefe do comando militar dos EUA no Oriente Médio, nesta quarta-feira.

Em discurso em Bagdá por ocasião da posse do novo comandante da coalizão de combate ao Estado Islâmico (EI), McKenzie explicou que a decisão se deve "à confiança na maior capacidade de atuação das Forças de Segurança do Iraque de forma independente".

Ele insistiu que os Estados Unidos continuarão a apoiar o país em sua luta contra o Estado Islâmico (EI), um grupo extremista islâmico expulso de seus feudos no ano passado, mas ainda disperso e ativo no Iraque e na Síria.

Os Estados Unidos estão comprometidos com o "objetivo final" de um Iraque onde as forças locais sozinhas possam impedir o retorno do EI e garantir "a soberania iraquiana sem ajuda externa", afirmou.

"O caminho tem sido difícil, o sacrifício foi grande, mas o progresso foi significativo", disse o general, acrescentando que uma presença limitada será mantida na Síria para combater o EI.

O Pentágono colocou 5.200 soldados norte-americanos estacionados no Iraque no final de 2019, a maior parte do contingente de 7.500 homens da coalizão internacional naquele país. Os Estados Unidos terão, agora, o nível mais baixo de presença militar desde que o antecessor de Trump Barack Obama reduziu as tropas a uma força simbólica, em 2012.

Um funcionário do alto escalão do governo indicou que Trump também anunciará em breve uma retirada das tropas do Afeganistão, onde são mantidos 8.600 soldados, em virtude de um acordo bilateral assinado em fevereiro com o talibã.

- Rompendo sequência -

A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, negou insinuações de que a redução anunciada é uma jogada eleitoral, e disse que "agora é o momento" porque o Iraque se encontra estável e suas forças de segurança estão preparadas. "Fim de guerras intermináveis. Ouvimos muito isso. Com pouca frequência vemos isso, de fato, acontecer."

Kayleigh foi ainda mais contundente ao dizer: "É um fato: o presidente Trump quebrou a sequência de 39 anos de presidentes americanos seja iniciando uma guerra ou levando os Estados Unidos a um conflito armado internacional."

Trump, que ficou para trás nas pesquisas de opinião, lideradas por seu rival democrata, Joe Biden, tenta cumprir sua promessa de encerrar o envolvimento dos Estados Unidos em conflitos externos e trazer os militares de volta.

Durante comício na Carolina do Norte, Trump reiterou, nesta terça-feira, sua promessa de encerrar o envolvimento dos Estados Unidos em "guerras intermináveis". "Estamos trazendo nossas tropas de todos esses lugares distantes", afirmou. "Gastamos bilhões de dólares e o que ganhamos?", questionou, sem deixar de lembrar que "Biden votou pela guerra no Iraque."

- EUA x Irã -

No ano passado, as forças dos Estados Unidos, sua embaixada em Bagdá e comboios de logística foram alvo de dezenas de ataques com mísseis, com pelo menos seis militares mortos: três americanos, um britânico e dois iraquianos. Funcionários de Washington atribuem a violência a facções ligadas a Teerã, que exige que as tropas americanas deixem o Oriente Médio.

A tensão entre Washington e Teerã aumentou em janeiro de 2020, depois que forças dos EUA eliminaram o poderoso general iraniano Qasem Soleimani e o iraquiano Abu Mehdi al Muhandis, o líder operacional de uma coalizão paramilitar pró-iraniana.

Esse incidente levantou temores de um conflito aberto entre o Irã e os Estados Unidos. Nesse contexto, os parlamentares xiitas iraquianos votaram pela expulsão de soldados estrangeiros do país, incluindo americanos.

Durante conversas em Washington em agosto com o primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kazimi, Trump voltou a mencionar uma retirada militar do Iraque, mas, posteriormente, houve apenas uma "redistribuição" das forças dos EUA.

Os Estados Unidos intensificaram sua presença nos últimos meses em outros países da região onde mantém bases militares, como Arábia Saudita e Kuwait, para manter a pressão sobre o Irã.

Embora Trump muitas vezes afirme ter um forte apoio dentro das Forças Armadas e defenda maior financiamento para o Pentágono, seu mandato foi marcado por frequentes desentendimentos com os militares.

O ex-secretário de Defesa Jim Mattis se afastou em dezembro de 2018, ao criticar particularmente a estratégia diplomática de Trump, enquanto o atual chefe da pasta, Mark Esper, e o chefe do Estado Maior, Mark Milley, tiveram diferenças com o presidente por razões políticas.


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