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Estado de Minas

Governo de El Salvador sob suspeita de negociações com gangues


07/09/2020 19:49

O governo de El Salvador, que apresenta a redução da violência criminal como uma de suas conquistas, está sob a mira da Procuradoria Geral após uma reportagem que revelou supostas negociações com uma gangue para reduzir os homicídios.

O jornal online El Faro revelou no final da semana passada que o governo do presidente Nayib Bukele havia negociado há mais de um ano com a gangue Mara Salvatrucha (MS-13) benefícios para seus membros presos em troca da redução de homicídios. Um dos autores da matéria, o jornalista Óscar Martínez, explicou à AFP que a apuração se baseou "em documentos oficiais".

Diante das revelações, o procurador-geral do país da América Central, Raúl Melara, prometeu que será aberta uma investigação sobre o caso. "Ninguém deve tirar proveito das instituições para negociar com terroristas", declarou Melara.

Equipes da Procuradoria estiveram nesta segunda-feira (7) em dois presídios de segurança máxima onde estão integrantes de gangues para buscar evidências sobre a denúncia. Também revistaram os escritórios centrais dos Centros Penais de San Salvador, onde falaram com o diretor da instituição Osiris Luna.

"Demos acesso total" aos procuradores para que "possam coletar todas as informações que precisam", disse no Twitter Luna, que também é vice-ministro da Justiça.

A diminuição da violência homicida é atribuída pelo governo Bukele às medidas do chamado "Plano de Controle Territorial", que inclui a implantação de policiais e militares nas cidades com segurança mais precária.

Quando Bukele assumiu o poder em junho de 2019, El Salvador tinha uma taxa de 52 homicídios por 100 mil habitantes. O país fechou 2019 com 36 e a projeção é chegar ao fim de 2020 com 21 homicídios por 100 mil habitantes.

De acordo com a investigação do El Faro, o acordo secreto não incluiria apenas a redução de homicídios, mas também o apoio da gangue Mara Salvatrucha ao partido Nuevas Ideas, que Bukele ajudou a formar, nas eleições de 2021.

"Até agora, ninguém do governo, nenhum funcionário, disse que as 108 páginas dos documentos oficiais que são nossa prova da investigação e nosso artigo são falsos. São documentos oficiais", disse Martinez.

Ex-integrantes de governos anteriores enfrentam ações na justiça por envolvimento com gangues.


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