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Estado de Minas

Um Biden 'otimista' se apresenta como unificador para lutar contra o racismo nos EUA


03/09/2020 22:13

O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, denunciou nesta quinta-feira (3) o "racismo subjacente" que corrói os Estados Unidos, mas expressou seu "otimismo" sobre o futuro após falar com Jacob Blake, um homem negro gravemente ferido pela polícia.

Apresentando uma mensagem oposta ao rival, o presidente Donald Trump, o ex-vice-presidente de Barack Obama afirmou que o país poderia transformar este "ponto de inflexão" em uma "oportunidade" para uma maior "igualdade".

Durante uma reunião na igreja com residentes de Kenosha, uma cidade do estado de Wisconsin que recentemente se viu sacudida por distúrbios, Biden usou um tom sóbrio e pausado, usando uma máscara. Um contraste com os habituais discursos inflamatórios de Trump.

Dois meses antes das eleições presidenciais de 3 de novembro, Biden, 77 anos, marca com esta viagem uma fase mais ativa de sua campanha.

O candidato democrata permaneceu durante semanas confinado devido à pandemia em sua casa em Wilmington, Delaware, antes de limitar as viagens de campanha para as regiões próximas a sua residência.

Enquanto isso, Trump não deixou de atravessar o país insistindo em seu slogan de campanha: "lei e ordem".

O candidato republicano não ficará muito atrás: nesta quinta-feira à noite prevê discursar na cidade de Latrobe, na Pensilvânia, outro dos chamados 'swing states', estados-chave que podem decidir a eleição.

"Não há uma multidão, não há entusiasmo por Joe hoje. Lei e ordem!", tuitou o republicano.

O presidente visitou Kenosha na terça-feira, mas não se reuniu com a família nem citou o nome de Blake. Trump se apresentou como defensor da segurança americana frente aos democratas "radicais".

- Jacob Blake -

O ex-vice-presidente e sua esposa, Jill Biden, passaram uma hora com a família do afro-americano de 29 anos que foi baleado à queima-roupa por um policial branco na frente de seus filhos em 23 de agosto em Kenosha, nas margens do Lago Michigan.

O incidente, gravado por um transeunte, reacendeu o movimento de protesto contra o racismo e a brutalidade policial que abala os Estados Unidos desde maio, e resultou em três noites de motins naquela cidade de 100 mil habitantes.

"Tive a oportunidade de passar algum tempo com Jacob ao telefone. Ele está fora da terapia intensiva, conversamos por cerca de 15 minutos", disse Biden em uma reunião comunitária em uma igreja em Kenosha.

"Ele falou sobre como nada iria derrotá-lo, que caminhando de novo ou não, ele não irá desistir", acrescentou Biden.

Os jornalistas não puderem presenciar o encontro e Biden não respondeu a perguntas.

Durante a conversa, "Jacob falou de seu sofrimento e o vice-presidente expressou sua compaixão", informou Ben Crump, advogado da família Blake, em comunicado.

- Rumo a Michigan -

As tensões em Kenosha chegaram ao pico em 25 de agosto, quando Kyle Rittenhouse, de 17 anos, disparou um rifle semiautomático contra três manifestantes, matando dois. Sua prisão no dia seguinte restaurou a precária calma da cidade.

"Nem tudo é culpa de Trump", mas seu discurso acalorado e racialmente insensível "legitima o lado escuro da natureza humana", criticou Biden.

A retórica do presidente expõe "o racismo subjacente que está institucionalizado nos Estados Unidos".

Mas, novamente, o democrata insistiu em se mostrar "otimista".

"Eu realmente acredito que agora temos a grande oportunidade de conseguir muitas coisas realmente positivas".

A campanha eleitoral de 2020 nos Estados Unidos é marcada por fatores sem precedentes: uma pandemia que ceifou mais de 185.000 vidas, uma profunda crise econômica e uma onda histórica de raiva contra o racismo.

Enquanto Biden aparece à frente do bilionário republicano nas pesquisas, a incerteza é mantida pelas pontuações mais apertadas nos estados com votação decisiva. No atual cenário, a mobilização nas urnas do país, onde o voto não é obrigatório, promete ser um diferencial.

A equipe de Biden anunciou nesta quinta-feira que o candidato democrata viajará em 9 de setembro para Michigan, outro estado em que Trump venceu por margem pequena em 2016.


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