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Estado de Minas

EUA consideram indultos de Maduro 'ações simbólicas' que não merecem aplausos


01/09/2020 21:01

Os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira (01) que os indultos concedidos a mais de 100 opositores são "atos simbólicos", que não merecem aplausos, descrevendo-os como uma estratégia do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a três meses das eleições legislativas.

"A restauração de direitos constitucionais que foram ilegalmente eliminados não deve ser aplaudida", disse um porta-voz do Departamento de Estado à AFP.

"Não vamos esquecer que Maduro continua detendo arbitrariamente centenas de presos políticos". Nem os venezuelanos, nem a comunidade internacional, serão enganados por estes " atos simbólicos", publicou no Twitter o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Michael Kozak.

A libertação de "alguns presos políticos detidos injustamente " visa a "encobrir uma eleição absurda", acrescentou, sobre as eleições de 6 de dezembro, organizadas pelas autoridades eleitorais próximas a Maduro, boicotadas pela oposição.

Washington não reconhece a autoridade de Maduro, porque considera sua reeleição fraudulenta, e exige que Caracas realize "eleições livres e justas".

"Maduro deve levantar a proibição a partidos e candidatos, respeitar a liberdade de expressão do povo, acabar com a censura, dissolver seus esquadrões da morte, estabelecer uma comissão eleitoral independente e receber observadores eleitorais internacionais imparciais", disse Kozak.

Maduro indultou 110 opositores nesta segunda-feira, incluindo deputados e colaboradores do chefe parlamentar e líder da oposição Juan Guaidó, "para promover a reconciliação nacional". A lista inclui deputados cuja imunidade foi levantada e parlamentares com processos judiciais abertos que se encontram fora do país. Boa parte dos indultos foi para opositores sem sentença ou pena de prisão.

Segundo a Foro Penal, ONG que defende os direitos dos presos na Venezuela, dos 110 "indultos", 50 correspondem a "presos políticos", e ainda há no país 336 detidos por motivos políticos.

Guaidó, que os Estados Unidos e cerca de 60 países reconhecem como presidente interino da Venezuela e não está entre os perdoados, chamou a ação de Maduro de "armadilha".

- Os seis da Citgo permanecem detidos-

Entre os "indultados" não estão os seis ex-executivos da Citgo, subsidiária americana da estatal venezuelana PDVSA, acusados pela Justiça venezuelana de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, entre outros crimes, e cuja libertação Washington voltou a exigir.

O ex-presidente da Citgo José Ángel Pereira e os ex-vice-presidentes Tomeu Vadell, Jorge Toledo, Gustavo Cárdenas, Alirio José Zambrano e José Luis Zambrano estão detidos desde 21 de novembro de 2017 na Venezuela. Cinco têm dupla nacionalidade, americana e venezuelana, e o sexto é venezuelano com residência legal nos Estados Unidos.

Bill Richardson, ex-diplomata dos EUA que gerenciou negociações para detidos do alto escalão e, semanas atrás, conseguiu colocar Cárdenas e Toledo em prisão domiciliar, acredita que a libertação dos executivos será concretizada. "A libertação de prisioneiros políticos pelo governo Maduro é um passo positivo", disse o democrata no Twitter.


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