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Estado de Minas

Líderes políticos libaneses se comprometem a formar governo em duas semanas


01/09/2020 19:43

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira que todas as forças políticas libanesas se comprometeram a formar um governo em 15 dias, como parte de sua segunda visita ao país depois da explosão devastadora no porto de Beirute.

"Todas as forças políticas se comprometeram a formar um governo de missão em quinze dias (...) com personalidades competentes", disse o presidente francês em entrevista coletiva, após encontro com as principais formações políticas.

Macron havia pedido à classe política do Líbano que implementasse "o mais rápido possível" reformas que respondessem à indignação dos cidadãos, um mês depois da explosão.

"É a última oportunidade para o sistema libanês", alertou Macron, em sua segunda visita a Beirute desde a tragédia de 4 de agosto, que deixou 188 mortos e mais de 6,5 mil feridos.

Frente ao descontentamento crescente da população, que denuncia a negligência e corrupção de seus governantes, o presidente francês disse que deseja "acompanhar esta pressão dos libaneses" para convencer a classe política da necessidade de mudança.

"Faço uma aposta arriscada, estou ciente disso. Coloco sobre a mesa a única coisa que tenho, meu capital político", disse ao site de informações Politico.

- 'O quanto antes' -

Macron se reuniu com as principais autoridades políticas do país, entre elas o novo premier, Mustapha Adib, nomeado ontem.

Para o presidente francês, a chegada ao poder deste universitário de 48 anos, desconhecido da maioria dos libaneses, em algumas semanas, e não "em seis meses", é um "primeiro sinal de mudança".

Além de um almoço no palácio presidencial, Macron se reuniu com representantes de forças políticas libanesas na residência do embaixador da França.

Macron lembrou que, em contrapartida à implementação de "reformas reais" contra a corrupção, especialmente nos setores de energia e finanças, a comunidade internacional prometeu desbloquear os fundos de que o Líbano precisa.

O secretário de Estado americano para o Oriente Médio, David Schenker, chegará amanhã a Beirute.

Adlib tem a desvantagem de ter sido eleito, como seus antecessores, por forças políticas tradicionais, o que o desacredita diante dos libaneses que consideram esses políticos responsáveis por seus males, inclusive a explosão de 4 de agosto.

No centro de Beirute, centenas de manifestantes que se reuniram para lembrar o centenário da criação do Estado do Grande Líbano criticaram "a cooperação" de Macron com dirigentes do país. "Ele deveria ter vindo para nos ouvir, ajudar-nos a alcançar nossos objetivos, e não para se sentar com corruptos e criminosos que mataram o nosso povo", criticou Rima, 46.

À noite, incidentes entre manifestantes e as forças de ordem deixaram 22 feridos, segundo a Cruz Vermelha libanesa.

- Conferência em outubro -

Durante a visita, Macron anunciou que está disposto a receber em outubro, na capital francesa, "uma conferência de apoio internacional com as Nações Unidas", a fim de arrecadar fundos para o Líbano.

Durante seu encontro com representantes da sociedade civil, o presidente francês fez um primeiro balanço da ajuda ao Líbano e dos problemas organizacionais enfrentados pelas ONGs.

Cerca de "80% dos medicamentos que chegam ao Líbano não são adaptados" às necessidades reais, lamentou Antoine Zoghbi, presidente da Cruz Vermelha Libanesa.

A visita também teve um caráter simbólico, no sentido de mostrar que os libaneses "são como irmãos para os franceses", como expressou Macron. O presidente francês afirmou que retornará ao Líbano em dezembro.

Após visitar ontem a maior cantora árabe, Fairouz, 85 anos, Macron compareceu nesta terça-feira à reserva natural de Jaj, no nordeste de Beirute, onde plantou um cedro, símbolo do Líbano.


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