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Estado de Minas ATO HISTÓRICO

Israel e Emirados Árabes Unidos normalizarão laços em acordo 'histórico' mediado por EUA

O acordo, anunciado em primeira mão pelo presidente dos EUA, Donald Trump no Twitter, fará com que Israel interrompa seu plano de anexar grandes partes da Cisjordânia ocupada


14/08/2020 04:00

 
Na presença do embaixador de Israel, David Friedman (esquerda), e de membros do governo americano, Trump anunciou o histórico acordo de paz(foto: Jack Guez/AFP)
Na presença do embaixador de Israel, David Friedman (esquerda), e de membros do governo americano, Trump anunciou o histórico acordo de paz (foto: Jack Guez/AFP)
 
 
Israel e Emirados Árabes Unidos anunciaram ontem um acordo para normalizar as relações com a mediação dos Estados Unidos. Esse é o terceiro acordo que o Estado hebreu faz com uma nação árabe. Anunciado em primeira mão pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no Twitter, fará com que Israel interrompa seu plano de anexar grandes partes da Cisjordânia ocupadas, segundo os Emirados Árabes Unidos.

"ENORME avanço", tuitou Trump ontem, referindo-se ao "Acordo de Paz Histórico entre nossos dois GRANDES amigos". Estabelecer laços diplomáticos entre Israel e os aliados de Washington no Oriente Médio, incluindo as ricas monarquias conservadoras do Golfo, é um objetivo fundamental da estratégia regional de Trump para conter o Irã, que também é um arqui-inimigo de Israel.

O acordo tornaria os Emirados Árabes Unidos o terceiro pa- ís árabe com o qual Israel mantém relações diplomáticas, depois dos acordos de paz com Egito e Jordânia. O anúncio marca uma importante conquista de política externa para Trump, que se encaminha para uma difícil campanha pela reeleição em no- vembro. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que se trata de um "dia histórico" e que o acordo marca "uma nova era nas relações entre Israel e o mundo árabe".

Israel concordou em "suspender a anexação de territórios palestinos" sob o plano de normalizar as relações, tuitou o príncipe herdeiro de Abu Dhabi após a bomba de Trump. Netanhyahu, entretanto, afirmou que a anexação de terras da Cisjordânia "foi adiada", mas que "não se renunciou a ela". O polêmico plano de Trump, revelado em janeiro e fortemente contestado pelos palestinos, ofereceu um caminho para Israel anexar territórios e assentamentos judeus na Cisjordânia, comunidades consideradas ilegais segundo o direito internacional.

"Durante uma ligação com o presidente Trump e o primeiro-ministro Netanyahu, um acordo foi alcançado para impedir a anexação israelense de territórios palestinos", escreveu o xeque Mohammed bin Zayed Al-Nahyan em sua conta no Twitter. No entanto, o grupo islâmico palestino Hamas, que comanda a costa da Faixa de Gaza, rapidamente expressou que o acordo "não serve à causa palestina".

LAÇOS 

O presidente Abdel Fattah al-Sissi, do Egito, que assinou um tratado com Israel em 1979 contra a oposição de todo o mundo árabe, elogiou o acordo "sobre a suspensão da anexação de terras palestinas por Israel" e disse esperar que ele traga "paz" para o Oriente Médio. Trump sugeriu a jornalistas que mais avanços diplomáticos entre Israel e os países árabes da região são esperados, sem dar mais detalhes. "Estão acontecendo coisas sobre as quais não posso falar", resumiu.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, descreveu o acordo como "um passo significativo para a paz no Oriente Médio". "Os Estados Unidos esperam que este passo corajoso seja o primeiro de uma série de acordos que encerram 72 anos de hostilidades na região", disse Pompeo. Israel tem relações difíceis, às vezes violentas, com o mundo árabe e muçulmano desde sua fundação, em 1948. O acordo seria assinado na Casa Branca em data futura, segundo Pompeo.

Richard Hass, presidente do Conselho de Relações Exteriores, disse que o acordo foi "um marco na aceitação árabe de Israel na região". Também foi "um freio à anexação, que colocaria em risco a paz de Israel com a Jordânia e o futuro de Israel como um Estado judeu democrático", disse.

Em comunicado conjunto, Trump, Netanyahu e o príncipe Mohammed relataram ter conversado ontem "e concordaram com a normalização total das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos". Delegações de Israel e dos Emirados Árabes Unidos se reunirão nas próximas semanas para assinar acordos bilaterais sobre investimento, turismo, voos diretos, segurança e estabelecimento de embaixadas recíprocas, disseram. "A pedido do presidente Trump, com o apoio dos Emirados Árabes Unidos, Israel suspenderá a declaração de soberania sobre as áreas delineadas no (acordo) Visão do Presidente para a Paz e concentrará seus esforços agora na expansão dos laços com outros países do mundo árabe e muçulmano", diz o texto da declaração.

"Os Estados Unidos, Israel e os Emirados Árabes Unidos estão confiantes de que avanços diplomáticos adicionais com outras nações são possíveis e trabalharão juntos para atingir esse objetivo", acrescentou Aaron David Miller, um veterano negociador dos EUA no processo de paz do Oriente Médio e analista do Carnegie Endowment for International Peace.

BIDEN 

O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, considerou o acordo de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos um "passo histórico" para aliviar as tensões no Oriente Médio."Ambos os países deram um passo histórico para preencher a lacuna que divide o Oriente Médio", disse Biden após o pacto anunciado horas antes por seu rival republicano, o presidente Donald Trump. "A oferta dos Emirados Árabes Unidos de reconhecer publicamente o Estado de Israel é um ato político bem-vindo, corajoso e muito necessário, e que ajudará a garantir que Israel continue a ser uma parte integrante do Oriente Médio, completou Biden.

TRAIÇÃO 

A Autoridade Palestina, presidida por Mahmoud Abbas, classificou o acordo para normalizar as relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos como uma "traição" à causa palestina e convocou uma reunião de emergência da Liga Árabe. "A liderança palestina rejeita o que os Emirados Árabes Unidos fizeram. É uma traição a Jerusalém e à causa palestina", disse a liderança palestina em comunicado.




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