Jornal Estado de Minas

China detecta coronavírus em frango importado do Brasil

As autoridades chinesas anunciaram nesta quinta-feira (13) que detectaram o coronavírus responsável pela COVID-19 em um controle de rotina de frango importado do Brasil, o maior produtor mundial, e pela segunda vez em camarões procedentes do Equador.





O vírus estava presente em mostras coletadas na terça-feira de asas de frango congeladas brasileiras, informou em um comunicado a prefeitura de Shenzhen (sul), perto de Hong Kong.


As autoridades informaram que submeteram imediatamente a exames de diagnóstico as pessoas que tiveram contato com os produtos contaminados, assim como seus parentes. Todos os testes apresentaram resultado negativo, segundo o comunicado.


A contaminação de frango brasileiro pode provocar uma nova queda das exportações brasileiras para a China.


Em fevereiro de 2019, Pequim passou a aplicar por cinco anos tarifas antidumping ao frango brasileiro, que vão de 17,8% a 32,4%.


O Brasil, maior produtor mundial de carne de frango, era até 2017 o principal fornecedor de frango congelado para a China, por um valor que se aproximava de um bilhão de dólares por ano e um volume que representava quase 85% das importações do gigante asiático.





Mas nos últimos anos o país perdeu parte do mercado para Tailândia, Argentina e Chile, de acordo com a consultoria especializada Zhiyan.


- Pacotes de camarões contaminados -


Além disso, na província de Anhui (leste) a prefeitura da cidade de Wuhu anunciou que detectou a presença do coronavírus em embalagens de camarões procedentes do Equador. Os pacotes estavam conservados no congelador de um restaurante da cidade.


Esta é a segunda vez desde o início de julho que a China informa a presença do vírus em pacotes de camarões equatorianos.


No dia 10 de julho, a Administração da Alfândega da China fez testes com mostras de um contêiner e com pacotes de camarões brancos do Pacífico que apresentaram resultados positivos para o novo coronavírus. As avaliações aconteceram nos porto de Dalian (nordeste) e Xiamen (leste).


De acordo com os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Equador produziu em 2018 quase 500.000 toneladas de camarões e 98.000 foram importadas à China, um mercado em plena expansão - um ano antes as exportações alcançaram apenas 16.000 toneladas.





Em junho, o grande mercado atacadista de Xinfadi, em Pequim, foi fechado após a detecção de um foco epidêmico que afetou centenas de pessoas. Restos de vírus foram detectados em uma tábua de corte de salmão importado.


A China, onde o coronavírus foi detectado pela primeira vez no fim de 2019, controlou em grande medida a epidemia, segundo os dados oficiais. Nesta quinta-feira, o país anunciou um balanço diário de 19 contágios. A última morte provocada pelo vírus aconteceu em maio.


O Brasil é o segundo país do mundo mais afetado pela COVID-19, atrás dos Estados Unidos, com mais de 104.000 mortes e 3,16 milhões de casos.


O Equador tem um balanço de quase 6.000 vítimas fatais e mais de 97.000 casos confirmados.


As autoridades chinesas anunciaram na quarta-feira que uma mulher de 68 anos foi internada na província de Hubei (centro), onde a COVID-19 foi detectada pela primeira vez, apesar de ter sido considerada curada no início do ano.


A COVID-19 é uma doença respiratória e, até o momento, nada indica que pode ser transmitida por meio da ingestão de produtos contaminados.


Focos de contágio foram registrados em matadouros de vários países, como Alemanha, França, Estados Unidos ou Bélgica.