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Estado de Minas

Cidadãos de Hong Kong expressam apoio a magnata da imprensa detido


11/08/2020 06:43

Os cidadãos de Hong Kong saíram às ruas nesta terça-feira para comprar exemplares do Apple Daily, um símbolo do apoio da população ao jornal pró-democracia, depois que o dono da publicação, o empresário Jimmy Lai, foi detido na véspera com base na polêmica lei de segurança nacional.

Os sinais de uma forte repressão na região semiautônoma foram intensificados desde que Pequim promulgou o texto repressivo, em uma resposta a meses de protestos sem precedentes em 2019.

Lai, magnata da imprensa, está entre as 10 pessoas detidas na segunda-feira em uma grande operação contra o movimento pró-democracia. Quase 200 policiais participaram em uma operação de busca e apreensão na redação do Apple Daily, um jornal muito crítico ao regime de Pequim.

Mas em uma nova demonstração da popularidade da oposição na ex-colônia britânica, os moradores compareceram em peso às bancas de jornais nesta terça-feira para comprar o Apple Daily, que havia antecipado a demanda e preparou uma tiragem excepcional de 550.000 exemplares, contra os 70.000 habituais.

O dono de um restaurante do popular bairro de Mongkok adquiriu 50 cópias e explicou que planejava distribuir gratuitamente aos clientes.

"Como o governo não quer que o Apple Daily sobreviva, nós, cidadãos de Hong Kong, devemos salvá-lo", afirmou o homem, que se apresentou com o nome de Ng.

- "Lutaremos" -

Preocupados com a nova lei de segurança, cada vez menos pessoas aceitam falar com a imprensa e revelar sua identidade.

"Lutaremos", afirma na primeira página a edição de terça-feira do Apple Daily, uma promessa escrita em vermelho sobre uma foto de Jimmy Lai sendo levado por policiais na redação do jornal.

Outra demonstração de solidariedade a Lai foi a alta de quase 800% das ações de seu grupo de imprensa, Next Digital, após sua detenção.

As detenções e a perseguição foram condenadas como ataques "sem precedentes" à liberdade de imprensa em Hong Kong, ações inimagináveis há alguns meses.

"A polícia agora combate abertamente a liberdade de imprensa. Estou enfurecida", declarou em Mongkok uma mulher que se apresentou como Chan e que comprou 16 exemplares do jornal.

Considerada uma resposta de Pequim a meses de manifestações pró-democracia em Hong Kong no ano passado, a lei de segurança nacional promulgada em 30 de junho concede às autoridades locais novos poderes para reprimir quatro tipos de crimes contra a segurança do Estado: subversão, separatismo, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.

Muitos ativistas consideram o texto liberticida porque acaba com o princípio de "um país, dois sistemas" estabelecido durante a transferência de 1997 e que garantia a Hong Kong liberdades desconhecidas no restante da China até 2047.

Também estão preocupados com a possibilidade de Pequim utilizar leis similares para silenciar os protestos em outras partes de seu território.

Várias autoridades estrangeiras expressaram preocupação, incluindo o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, que se reuniu com Lai no ano passado e considerou sua detenção "mais uma prova de que o Partido Comunista Chinês destruiu as liberdades de Hong Kong e os direitos de seu povo".

Lai foi detido por acusações de conivência com forças estrangeiras e fraude.

Dois filhos do empresário também foram detidos, assim como a jovem militante democrática Agnes Chow e Wilson Li, um ex-ativista que se apresenta como jornalista independente para a emissora britânica ITV News.

Pequim celebrou a detenção do empresário de 71 anos, apresentado como um "agitador antichinês" que conspirou com os estrangeiros para "provocar o caos".


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