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Estado de Minas

Cabul se prepara para negociações com o Talibã após libertar 400 prisioneiros


09/08/2020 09:37

As negociações de paz entre o governo afegão e o Talibã "estão prontas" para começar, asseguraram as autoridades neste domingo (9), depois que uma assembleia de líderes afegãos decidiu libertar 400 prisioneiros talibãs responsáveis por crimes graves.

"Estamos prontos para (começar) as negociações de paz", disse Abdullah Abdullah, membro do Executivo encarregado das negociações com os insurgentes afegãos.

"As negociações devem começar um ou dois dias após a libertação dos 400 prisioneiros", disse o ex-presidente Hamid Karzai.

O destino dos prisioneiros representava um grande obstáculo ao início das negociações de paz entre as duas partes beligerantes, que haviam concordado em realizar uma troca de prisioneiros antes de iniciar as negociações.

"Hoje assinarei um decreto para libertar os 400 prisioneiros restantes", assegurou o presidente afegão, Ashraf Ghani.

"A fim de remover os obstáculos para iniciar negociações de paz, parar o derramamento de sangue e para o bem da população, a jirga (assembleia) aprova a libertação de 400 prisioneiros conforme solicitado pelo Talibã", anunciou um pouco antes Atefa Tayeb, membro da assembleia que debate o assunto desde sexta-feira.

"O Talibã deve agora mostrar que não tem medo de um cessar-fogo nacional", insistiu o presidente afegão, lembrando o pedido da assembleia por uma trégua "séria, imediata e duradoura" no país como um todo.

A assembleia também pediu ao Talibã que libertasse "todos os prisioneiros civis e militares do governo" e exigiu garantias de que "os detidos libertados (pelo governo) não voltem ao campo de batalha".

As autoridades afegãs já libertaram quase 5.000 talibãs, mas se recusava a libertar esses 400 detidos, implicados em vários ataques graves.

Sua libertação foi decidida pela jirga, que reúne os anciãos tribais e outros homens proeminentes que têm a palavra final em questões controversas.

De acordo com uma lista oficial consultada pela AFP, muitos dos 400 presos são acusados de crimes graves e mais de 150 estão no corredor da morte.

Também inclui um grupo de 44 insurgentes que preocupam os Estados Unidos e outros países por seu papel em atentados de "alto nível".

Entre eles estão os responsáveis pelo atentado ao hotel Intercontinental em Cabul em 2018, que causou 40 mortes, 14 delas estrangeiras.

Também estão os autores do assassinato em 2003 de Bettina Goislard, uma funcionária francesa do Alto Comissariado da ONU para Refugiados.

"Esta decisão de libertá-los no meio de uma negociação é incompreensível para nossa família", criticaram parentes de Goislard em nota transmitida à AFP no sábado.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, comentou na sexta-feira que apostar em libertá-los seria um movimento "impopular" para avançar em direção à paz.

O secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, anunciou na Fox News no sábado que os Estados Unidos reduziriam sua presença no Afeganistão para menos de 5.000 soldados se as condições permitirem.


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